Informe 23: Edição ARA PYAU 7 está disponível, confira chamada para ARA 8 Ymã
A Edição da Revista ARA Pyau 7, Primavera+Verão 2019, Horizontes Extremos: Desafios ou Fronteiras está no ar, confira versão em Português e Inglês.
Aberta Chamada para edição ARA YMã 8 Imagem Deslocamento, confira o texto de apresentação do Prof. Ricardo N. Fabbrini a seguir:
O tema do dossiê de ARA 8 é o estatuto da imagem na contemporaneidade. Estamos vivendo, para certos críticos e artistas, um drama da percepção, ou seja, uma guerra das imagens: uma agonística, entendida como o momento decisivo (ágon) no qual o sentido ou o destino das imagens está sendo decidido. Mas “o que está acontecendo, afinal, com as imagens?”. É possível produzir na atualidade uma imagem que opere algum deslocamento em face dos clichês? O que seria uma imagem-enigma, ou de resistência, que se subtrairia à hegemonia das imagens vazias, planas; sem face oculta, ou mistério? Como produzir uma imagem que rompa com o horizonte do provável, interrompendo toda organização performativa e tautológica das imagens que circulam ininterruptamente nos meios de massa e na rede digital? O que é uma imagem que não seria um clichê? Onde acaba o clichê e começa a imagem pensativa, de beleza inquietante, que força sensivelmente o pensamento? Não se pode ignorar, no entanto, que as reações contra os clichês engendram, não raras vezes, outros clichês.
Frente à saturação de imagens própria a sociedade do espetáculo que nos tornou cegos, de tanto ver, é necessário, assim, uma reeducação dos sentidos que devolva à percepção sua capacidade de apreender as nuances de uma dada imagem. Constatando-se a necessidade de reorientação da percepção, é preciso que o observador substitua a pergunta habitual, própria do hedonismo ansioso: “o que veremos na próxima imagem?”, pela indagação morosa: “o que há para se ver nesta imagem que temos diante de nós?”. Porque é na percepção marcada pela demora, pelas hesitações, pela perda de tempo e pelo tempo perdido, pela paciência em desvelar o segredo de uma imagem de exceção, que teríamos a negação da temporalidade do consumo capitalista, com suas palavras de ordem: gozo, narcisismo, competitividade, performance, ou sucesso.