Os clássicos nas Noites: estudo comparativo entre Penélope e Šahrāzād
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2763-650X.i9p92-110Palavras-chave:
Penélope, Šahrāzād, IntertextualidadeResumo
Ainda que a repercussão da cultura grega do Livro das Mil e Uma Noites não receba tanta atenção como a indiana ou bíblica, é fato que ela existe e pode ser verificada no decorrer da obra. Dentre estas contribuições, encontram-se poemas clássicos tais como a Ilíada e a Odisseia de Homero. Assim, esta pesquisa se propõe a discutir semelhanças entre a personagens Penélope e Šahrāzād. Desta maneira, tenta-se descobrir quais significados surgem em decorrência da presença de Penélope em Šahrāzād, a partir das noções de intertextualidade por Fowler (1997), de modo a compreender os impactos culturais deixados por Homero no Islã medieval. Da mesma forma, pretende-se verificar como as personagens citadas colaboram para a visão da sexualidade feminina na Antiguidade e na Idade Média.
Downloads
Referências
CANEVARO, L. G. Women of substance in Homeric epic. Oxford: Oxford University Press, 2018.
EL-NAGGAR, N. Exploring the Frame Story in The Arabian Nights Gender and the Question of Authority. International Journal of Social Science and Business, vol. 2, n. 1, p. 19-28, 2017.
FOWLER, D. On the Shoulders of Giants: Intertextuality and Classical Studies. Materiali e Discussioni Per L’analisi Dei Testi Classici, n. 39, p. 13-34, 1997.
GLENN, J. Pandora and Eve: sex as the root of all evil. The Classical World, vol. 71, no. 3, p. 179–185, 1977.
GRAZIOSI, B.; GREENWOOD, E. (Org.). Homer in the twentieth century: between world literature and the western canon. Oxford: Oxford University Press, 2007.
GRETHLEIN, J. Homeric motivation and modern narratology: the case of Penelope. Cambridge Classical Journal, n. 64, 2018, p. 1-21.
GRUNEBAUM, G. Greek form elements in the Arabian Nights. Journal of the American Oriental Society, vol. 62, n. 4, p. 277-292, 1942.
HALL, E. The Return Of Ulysses: a cultural history of Homer’s Odyssey. London/New York: I. B. Tauris, 2008.
HOMERO. Ilíada. Trad: C. Werner. São Paulo: Ubu, 2018.
HOMERO. Odisseia. Trad: C. Werner. São Paulo: Cosac Naify, 2014.
IRWIN, R. The Arabian Nights: a companion. New York/London: Tauris Parke Paperbacks, 2004.
LIVRO das Mil e Uma Noites. Tradução: Mamede Mustafá Jarouche. São Paulo: Biblioteca Azul, 2018a (v.1), 2018b (v.2), 2018c (v.3), 2018d (v.4).
MALTA, A. A astúcia de ninguém: ser e não ser na Odisseia. Belo Horizonte: Impressões de Minas, 2018.
MALTI-DOUGLAS, F. Woman’s body, woman’s word: gender and discourse in Arabo-islamic writing. Princeton: Princeton University Press, 1991.
XXX. Recepção dos clássicos em Machado de Assis: ecos homéricos de Helena e Penélope na caracterização de Capitu. Nuntius Antiquus, v. 16, n. 2, p. 87–110, 2020.
SAIS, L. A. Odisseia XIX: Penélope Anfitriã. Letras Clássicas, n. 15, p. 62-77, 2011.
SALLIS, E. Sheherazade through the Looking Glass: The Metamorphosis of the Thousand and One Nights. New York: Routledge, 1999.
SHAMMA, T. Women and slaves: gender politics in The Arabian Nights. Marvels & Tales, vol. 31, n. 2, p. 239-260, 2017.
WAJNBERG, D. Jardim de Arabescos: uma leitura das Mil e Uma Noites. Rio de Janeiro: Imago, 1997.
WERNER, C. A ambiguidade do kléos na Odisseia. Letras Clássicas, n. 5, p. 99-108, 2001.
WERNER, C. Introdução. In: HOMERO. Odisseia. Trad: C. Werner. São Paulo: Cosac Naify, 2014, p. 59-93.
WERNER, C. Memórias da Guerra de Troia: a performance do passado épico na Odisseia de Homero. Coimbra / São Paulo: Imprensa da Universidade de Coimbra / Annablume, 2018.
ZEITLIN, F. Figuring fidelity in Homer’s Odyssey. In: COHEN, B. (org.) Distaff side: representing the female in Homer’s Odyssey. Oxford: Oxford University Press, 1995, p. 117-152.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Letícia Gabriela de Castro Monteiro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.