O boi de piranha da travessia do capital: a submissão do trabalho, a dominação do corpo e a indústria da propriedade na produção do espaço
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfauusp.2024.221427Palavras-chave:
Reestruturação urbana, Metropolização, Luta de classes, Interseccionalidade, Produção do valorResumo
Este artigo analisa a recente reestruturação imobiliária e urbana da região da Luz, Santa Ifigênia e Campos Elíseos, no centro de São Paulo; e dos bairros Vila Bela, Jardim Cibele e Jardim Colônia, na zona leste do município. A relação que emerge desses casos particulares se combina, de modo desigual, à reestruturação da metrópole como um todo: a renovação urbana por meio da construção de vocações especiais, de usos específicos e em espaços determinados, no interior de suas fronteiras. A análise concebe a unidade contraditória entre produção do valor, produção do corpo e produção do espaço ao considerar a indústria de propriedade e a disputa pelo espaço como seus problemas centrais. O conflito pelo monopólio do espaço e valor, realizado ao nível imediato e cotidiano, expressa a contradição mais geral entre as relações de reprodução do capital e reprodução social. Isso constitui um “regime de expropriação”, no qual a renovação urbana de determinadas localizações da cidade intensifica a vulnerabilidade social em outras. Uma condição que é atravessada por dimensões de classe, de gênero, raça e sexualidade: inserção desigual na estrutura das relações sociais de produção e reprodução.
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