Redes de solidariedade e práticas de resistência através de interações online e offline entre familiares de pessoas encarceradas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2023.206006

Palabras clave:

Presídio feminino, Famílias, WhatsApp, Redes de solidariedade, Antropologia digital

Resumen

Diversos trabalhos têm demonstrado a relevância das redes sociais online como mediadoras e produtoras de vínculos entre pessoas que convivem nos arredores das prisões. Este artigo, se propõe a avançar no campo dos estudos prisionais ao olhar etnograficamente para o contexto da Penitenciária Feminina alagoana. O principal objetivo é analisar como são produzidas redes de solidariedade e práticas de resistência entre os familiares de pessoas encarceradas, matizadas por interações online e offline. Secundariamente, reflito sobre os usos das tecnologias de comunicação e analiso como as redes sociais, especificamente um grupo de WhastApp, e os celulares têm sido articuladores das possibilidades de contato, bem como das formas de organização e de resistência entre esses sujeitos. A pesquisa foi desenvolvida por meio de trabalho etnográfico; registros de campo escritos, em áudios e imagens. Por fim, o artigo apresenta questões (in)conclusivas sobre a construção das relações em campo feita na/através da internet durante a pandemia da covid-19, indagando sobre os “saberes localizados” incógnitos da pesquisadora em um grupo de WhatsApp.

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Publicado

2023-06-30

Número

Sección

Dossiê Sociologia Digital e suas reflexões

Cómo citar

Santos, A. B. (2023). Redes de solidariedade e práticas de resistência através de interações online e offline entre familiares de pessoas encarceradas. Plural, 30(01), 108-127. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2023.206006