Enunciação ad libitum: Ensaio sobre o pensamento de Benveniste e a construção fílmica de “Todas as manhãs do mundo”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v2i4p54-64Palavras-chave:
Enunciação, Ad Libitum, Benveniste, Quignard, AnáliseResumo
Ad libitum é a execução musical a qual não recebe definição rítmica e deixa o intérprete pelo seu próprio critério. É o processo que o compositor Sainte-Colombe evoca ao soar sua viola da gamba no filme “Todas as manhãs do mundo” -Tous les matins du monde - produção francesa de 1991 do diretor Alain Corneau, com o roteiro e argumentos de Pascal Quignard. No filme, o violista parece executar sua música como uma voz que enuncia, personalizando-a e temporalizando-a, tornando-a livre em sua trajetória temporal. Essa subjetividade do enunciador, assim como as questões temporais, são pensamentos que Émile Benveniste propõe em sua coletânea de textos argumentativos sobre o “Curso de Linguística Geral” de Ferdinand de Saussure, o “Problemas de Linguística Geral”.
Este trabalho pretende explorar as ligações entre as teorias de Benveniste em seu “Problemas de Linguística Geral” e a composição de Quignard representada pelo filme “Todas as manhãs do mundo”, assim como observações sobre a poética visual apresentada pelo filme de Corneau.
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