A fantástica encenação da dança macabra medieval em "Le Temps Retrouvé"
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v7i14p51-72Palavras-chave:
Marcel Proust, bal de têtes, fantástico, tempo, velhiceResumo
Este artigo propõe abordar a cena do bal de têtes, momento apoteótico do romance Le Temps Retrouvé, de Marcel Proust, como um enclave do gênero fantástico na prosa proustiana. Artifício expressionista do autor para veicular o sentimento de estranhamento diante da passagem do tempo, a recorrência ao fantástico permite impregnar o texto literário de uma estética que mescla elementos da arquitetura gótica, de tendências contemporâneas vanguardistas, e do universo do teatro. Será observada a preparação, por meio de “umbrais” ao longo do tomo, para a cena, e a sequência de personagens secundários que a habitam, e desfilam diante dos olhos do narrador como atroz ciranda de vultos caquéticos, declinados em múltiplas formas de decrepitude. Seu comentário permite evidenciar a construção de uma sucessão de camadas de interpretações de atos e fatos, materializada na velhice de cada qual. Das linhas do excipit do livro depreende-se, circularmente, a inspiração inicial que orientou o projeto de escritura do romance: os estudos medievalistas que informaram o trabalho da tradução de títulos de John Ruskin, e que remetem ao estudo sobre a dança macabra feito por Emile Mâle.
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Referências
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