Reflexão crítica no livro infantojuvenil Segredo de Estado: Antonieta Dias de Moraes e a escrita no período da ditadura militar brasileira
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i31p90-102Palavras-chave:
Antonieta Dias de Moraes, Ditadura militar brasileira, Crítica genética, Mikhail BakhtinResumo
O processo criativo do livro infantojuvenil Segredo de Estado, da escritora Antonieta Dias de Moraes, evidencia traços do contexto ditatorial militar brasileiro com vistas a apreender modos de viver e pensar da sociedade imersa neste violento período. Entre os anos de 1964 e 1985, a escritora visando sempre instigar o leitor, tematiza questões sociais em seus livros publicados primeiramente no exterior. Concebida à luz da repressão ditatorial, Segredo de Estado denota um enredo composto por crianças em busca de condições de vida mais justas o que, em suas entrelinhas, torna possível identificar o contexto histórico representado na Revolta Paulista de 1924, com o momento de repressão e resistência popular então vivido nas décadas de 1960 e 1970. Com base na constituição de um corpus heterogêneo integrado por manuscritos da obra, objetiva-se nesse artigo investigar alguns dos caminhos percorridos pela escritora a partir de metodologia que abarca a identificação inicial do corpus, a elaboração de um dossiê genético da obra e a análise dos registros deixados pela escritora. Aborda além da teoria da Crítica Genética, as reflexões bakhtianianas que propiciam mecanismos de análise dos objetos.
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