O narrador paraléptico em “Baster”, de Jeffrey Eugenides
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2024.223041Palavras-chave:
Literatura americana, Narratologia não-natural, ParalepseResumo
O presente artigo desenvolve um estudo acerca da narração paraléptica em “Baster”, conto do escritor americano Jeffrey Eugenides. Para fins de análise, serão abordadas contribuições da área da teoria da narrativa, com ênfase no campo da narratologia “não-natural”. Argumenta-se a narração em primeira pessoa do conto de Eugenides transgride a noção de consistência epistêmica, posto que o narrador-protagonista demonstra ter um conhecimento onisciente, narrando eventos dos quais não participou e ocasionalmente acessando a mente de outros personagens. Por meio da análise da paralepse em “Baster”, este estudo propõe possíveis caminhos interpretativos para esse fenômeno na ficção, valendo-se, em particular, da tipologia de narradores paralépticos desenvolvida pelo teórico literário Rüdiger Heinze e das contribuições de autores como Brian Richardson, Jan Alber, Henrik Skov Nielsen e Gérard Genette.
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