Do perfume de rosas à planta aromática do açafrão no Index e nas Enarrationes de Amato Lusitano: aplicações terapêuticas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v0i16p18-34Palavras-chave:
Amato Lusitano, Dioscórides, Humanismo, cristãos-novos, plantas aromáticasResumo
Na Bracara Augusta, a arqueologia trouxe à luz do dia alguns unguentários; uns quatro séculos antes, Plínio-o-Antigo já dava notícia de remédios romanos, feitos a partir de rosas, guardados em recipientes de vidro. Este é o ponto de partida para uma aproximação à confecção e às aplicações terapêuticas do perfume de rosas na Antiguidade, numa tradição literária que se estende desde Dioscórides, passando por Galeno e Plínio, até ao autor renascentista português, Amato Lusitano. São as fontes romanas que nos levarão, inclusive, a surpreender a sua utilização na cozinha. De uso culinário, mas também terapêutico, é o açafrão, a entrada número 25 do Livro I das Enarrationes do médico escalabitano. A incursão por estes tempos servirá ainda para partilhar um ou outro aspecto autobiográfico deste português da diáspora, bem como referências intratextuais que nos remetem para uma época em que, verdadeiramente, se pode dizer que fervilhavam as descobertas, nomeadamente no campo da botânica. Deste modo, assiste-se a um grande desenvolvimento da medicina na área terapêutica, a partir de processos naturalistas, como sejam o uso de plantas e de frutos.
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