A ausência como ponto de intersecção entre os poemas “Unidad” e “Ausencia de Joaquín” presentes na obra "Residencia en la Tierra 1" (1925-1935)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2594-7753.lajunta.2018.145736Palavras-chave:
Poesia vanguardista, ausência, simetria, enclausuramento, unidade.Resumo
Considerando o contexto histórico de emergência das vanguardas latino americanas, no início do século XX, este ensaio toma como ponto de partida uma análise comparativa de dois poemas de Pablo Neruda, “Ausencia de Joaquín” e “Unidad”, que são parte da obra Residencia en La Tierra 1 (1925-1935). Os poemas estão repletos de elementos que nos envolvem em uma atmosfera fúnebre e de enclausuramento, de modo que o sentimento de desespero, confusão e isolamento interno e externo é característica central do eu lírico em ambos os poemas. Elementos da natureza, como o mar, são metáforas utilizadas por Neruda a fim de intensificar a sensação de movimento repetitivo, que revela a busca incessante do eu lírico pelo sentido da vida, bem como o abismo, o qual, paradoxalmente, evidencia a queda e a ascensão. Todos esses pontos são destacados pela sonoridade impressa na construção poética. Em vista disso, a partir da análise individual e conjunta dos poemas em destaque, será analisada a questão da ausência como metáfora do infortúnio da vida, como parte de nós que não podemos nos desgarrar e como a realidade é a revelação mais cruel desta verdade solitária, que nos enclausura, que nos comprime, que nos deixa como observadores estáticos frente aos incidentes.