Mulheres negras e mortalidade materna no estado do Paraná, Brasil, de 1993 a 1998
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.39583Palavras-chave:
mortalidade materna, raça, mulheres negras.Resumo
Estudou-se a mortalidade materna segundo a raça das mulheres que residiam no Estado do Paraná e que morreram entre os anos de 1993 a 1998. O objetivo foi analisar as causas de mortes segundo raça e variaveis sécio - económicas, buscando evidenciar a situação da mulher negra. A população foi composta por 956 casos de óbitos maternos que fazem parte do Banco de Dados do Comitê Estadual de Morte Materna responsável pela coleta das informações. Para elaboração das tabelas utilizou-se os programas Epi-Info e Excel. Os coeficientes de mortalidade materna,para 1993, foram de 385,4; 342,3 e 51,6 por 100.000 nascidos vivos entre as mulheres amarelas, pretas e brancas, respectivamente. O risco de morte foi 7,4 vezes maior nas pretas e 5 vezes nas amarelas, em 1993, e de 4,4 vezes maior entre as pretas e 3,4 vezes entre as amarelas, em 1997. A hipertensão ocorreu em 77,8% dos óbitos entre as mulheres de raça amarela, 46,9% entre as pretas e 31,2% entre as brancas. Concluiu-se que nas estratégias para a redução da mortalidade materna é indispensável observar as características de raça e as condições sécio - económicas. Sugere-se assim, que os Comitês de Morte Materna coletem com mais cuidado os dados de cor e situação sécio - económica, para que estudos como este possam ser realizados.Downloads
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