Aprendizagem motora em crianças com paralisia cerebral

Autores

  • Carlos Bandeira de Mello Monteiro Universidade de São Paulo; Escola de Educação Física e Esporte
  • Cristiane Matsumoto Jakabi Universidade de São Paulo; Escola de Educação Física e Esporte
  • Gisele Carla dos Santos Palma Universidade de São Paulo; Escola de Educação Física e Esporte
  • Camila Torriani-Pasin Universidade de São Paulo; Escola de Educação Física e Esporte
  • Cassio de Miranda Meira Junior Universidade de São Paulo; Escola de Educação Física e Esporte

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19963

Palavras-chave:

paralisia cerebral, aprendizagem em labirinto, criança

Resumo

INTRODUÇÃO: a Paralisia Cerebral (PC) tem como característica causar alterações na postura e movimento que dificultam a realização de atividades funcionais. Diante das dificuldades motoras, a reabilitação torna-se essencial e tem como uma opção basear-se na aprendizagem motora. Porém, é importante a investigação do processo de aprendizagem motora em indivíduos com PC para viabilizar a organização de programas de tratamento mais efetivos. OBJETIVO: analisar o processo de aprendizagem motora em crianças com PC. MÉTODO: Para a realização deste trabalho utilizou-se um grupo experimental (GE) e um grupo controle (GC) ambos formados por 4 crianças pareadas em relação ao gênero (um do gênero feminino e três do gênero masculino) e idade (entre sete e doze anos). A tarefa consistia em realizar um caminho em um labirinto, no menor tempo possível. O trabalho consistiu de duas fases, sendo inicialmente a fase de aquisição (AQ) e depois as transferências (Imediata-TI; Curto Prazo-TC e Longo Prazo-TL). RESULTADO: Verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante entre a AQ e as transferências avaliadas com os valores a seguir: TI (z = -1,83 e p = 0,07), TC (z = -1,83 e p = 0,07) e a TL [GE (z = -1,83 e p = 0,07) e GC (z = -1,46 e p = 0,14)]. CONCLUSÃO: No processo de aprendizagem da tarefa de labirinto, analisando-se os resultados entre as fases de AQ e Transferência não se observou diferença, ou seja, os indivíduos com PC mostraram capacidade de aprendizagem preservada por meio da adaptação da tarefa, fato este que ocorreu de forma equivalente aos indivíduos sem paralisia cerebral.

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Publicado

2010-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original