Ser feminina: uma permissão para a soropositividade?
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.19760Palavras-chave:
HIV/AIDS, Gênero, Mulher, Individualismo e ColetivismoResumo
A epidemia HIV/AIDS caracteriza-se hoje, no Brasil, a partir de sua feminização, heterossexualização e pauperização. Análises de contextos sócio-culturais têm indicado que as maneiras como estes estão organizados exercem papel primordial na forma como a infecção é adquirida, entre aquelas pessoas neles inseridas. Em relação à infecção de mulheres, observa-se que o modo como o gênero feminino tem sido construído socialmente torna-se um facilitador para a maior vulnerabilidade das mulheres. Sugerir o uso do preservativo em relacionamentos estáveis ainda é uma prática pouco utilizada e o poder de negociação apresenta-se numa relação inversa ao grau de dependência da mulher. O ensaio traz uma série de reflexões a respeito da construção social do papel feminino e infecção pelo HIV. Toma como suporte as formulações teóricas propostas pelo modelo do Individualismo e Coletivismo, considerando-se a possibilidade das mulheres, culturalmente, terem um perfil com características mais coletivistas, especialmente, em relação à preservação da comunidade familiar, o que as torna mais vulneráveis à infecção.Downloads
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico AIDS 1998; 12(1).
Brasil. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico AIDS 2002;15(2).
Berer M. La mujer y el VIH/SIDA. London: Bath Press; 1993.
Alves RN, Kovács MJ, Stall RPV. Fatores psicossociais e a infecção por HIV em mulheres. Rev Saúde Pública. 2002;36(4):32-9.
Vermelho LL, Barbosa RHS, Nogueira SA. Mulheres com AIDS: desvendando histórias de risco. Cadernos de Saúde Pública. 1999; 15(2): 369-79.
Guimarães K. Nas raízes do silêncio: a representação cultural da sexualidade feminina e a prevenção do HIV/AIDS. In: Parker R, Galvão J, editores. Quebrando o silêncio: mulheres e AIDS no Brasil. Rio de Janeiro: Reluma Dumurá/ABIA/IMS-UERJ; 1996.
O’Leary S, Cheney B. A tripla ameaça – mulheres e AIDS: Dossiê Panos. Rio de Janeiro: ABIA; 1993.
Souza E, Baldwin JR, Rosa FH. A construção social dos papéis sexuais femininos. Psicologia Reflexão e Crítica 2000;13(3):485-96.
Costa EV da. The Brazilian empire: myths and histories. Chicago: University of Chicago Press; 1985.
Hahner JE. Emancipating the female sex: the struggle for women’s rights in Brazil, 1850-1940.Durhan: Duke University Press; 1990.
Burns M. A history of Brazil. New York: Columbia University Press; 1993.
Miller C. The function of middle-class extended family networks in Brazilian urban society. In: Margolis M, Carter W, editores. Brazil: anthropological perspectives. New York: Columbia University Press; 1979.
Arrazola ID, Rocha I. Mulher, natureza, cultura: apontamentos para um debate. In: Rabay G, editor. Mulheres e sociedade. João Pessoa: UFPB/Editora Universitária; 1996, p. 45-55.
Neuhouser K. Sources of women’s power and status among the urban poor in contemporary Brazil. Signs 1989; 14: 685-702.
Heilborn ML, editor. Vivência. História, sexualidade e imagens femininas. São Paulo: Brasiliense/Fundação Carlos Chagas/Fundação Ford, 1980.
Bruyn M. Women and AIDS in developing countries. Soc. Sci. Med 1992; 34(3): 249-62.
Brito N, Cruz EF. Fios da vida: tecendo o feminino em tempos de AIDS. Brasília: Ministério da Saúde;2000.
Oyserman D, Coon HM, Kemmelmeier M. Rethinking individualism and collectivism: evaluation of theoretical assumptions and meta-analyses. Psychological Bulletin 2002; 128(1): 3-72.
Kagitçibasi Ç, Berry JW. Cross cultural psychology: current research and trends. Annual Review of Psychology. 1989; 40:493-531.
Hofstede G. Cultures ́s consequences: international differences in work-related values. Beverly Hills: Sage; 1984.
Gouveia VV, Clemente M. O individualismo-coletivismo no Brasil e na Espanha. Estudos de Psicologia 2000;5(2):317-346.
Gouveia VV, Andrade JM, Jesus GR, Meira M, Soares NF. Escala multifatorial de individualismo e coletivismo: elaboração e validação do construto. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2002;18(2):203-12.
Triandis HC. Individualism and collectivism. Boulder: Westview; 1995.
Schwartz SH. Individualism-collectivism: Critique and proposed refinements. J Cross-Cultural Psychology. 1990; 21:139-57.
Kagistçibasi Ç. A critical appraisal of individualism and collectivism: toward a new formulation. In: Kim U, Triandis HC, Kagitçibasi C, Choi SC, Yong G, editores. Individualism and collectivism: theory, method and applications. Thousand Oaks: Sage; 1994. p. 52-65.
Oyserman D, Swim JK. Stigma: an insider’s view. J Social Issues 2001; 57(1): 1-14.
Bastos FI, Szwarcwald CL. AIDS e pauperização: principais conceitos e evidências empíricas. Cadernos de Saúde Pública 2000; 16(Supl.1):65-76.
Parker R, Camargo Jr KR. Pobreza e HIV/AIDS: aspectos antropológicos e sociológicos. Cadernos de Saúde Pública 2000; 16 Supl: 89-102.
Ferreira MC, Assmar EML, Souto S de O. O individualismo e o coletivismo como indicadores de culturas nacionais: convergências e divergências teórico-metodológicas. Psicologia em Estudo. 2002;7(1):81-9.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis