Sistema aquífero Alter do Chão a oeste da cidade de Manaus (AM): processos hidrogeoquímicos, origem da salinidade e relações com aquíferos adjacentes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v18-134253Palavras-chave:
Aquífero Alter do Chão, Hidrogeologia, Hidrogeoquímica, Região Metropolitana de Manaus.Resumo
O aquífero associado à Formação Alter do Chão (FAC) — subsistema aquífero Alter do Chão (AAC) — é o mais conhecido da região amazônica. Estudos recentes indicam sua possível conexão com o subsistema aquífero cretáceo Tikuna, que possui continuidade por todas as bacias amazônicas, ambos integrando o grande Sistema Aquífero Amazônico (SAA). O objetivo do presente trabalho foi o aperfeiçoamento do modelo conceitual de funcionamento do AAC a oeste de Manaus. A metodologia incluiu medidas do nível d’água, de parâmetros físico-químicos in situ em poços e amostragem para análises químicas e isotópicas das águas subterrâneas. Realizou-se o levantamento das características geológicas e limites do aquífero, baseado em dados de poços de petróleo e de abastecimento de água existentes. Os resultados revelaram que as águas do AAC a oeste de Manaus possuem duas origens principais: 1) origem meteórica, pouco mineralizadas, situadas nas camadas aquíferas superiores, em um sistema livre, com recarga local; 2) origem remota, mais mineralizadas, com maior tempo de residência no aquífero, armazenadas nas camadas mais profundas em um sistema provavelmente confinado, originadas possivelmente em áreas de recarga do bordo oeste do SAA. As análises isotópicas calibradas sugerem uma idade média de 21.380 anos para águas subterrâneas mais mineralizadas e profundas dos municípios de Manacapuru e Careiro. Essa água é, provavelmente, resultado de uma mescla de águas mais antigas com águas de recarga mais recente. Por conta dessa diferenciação hidrogeoquímica, correlacionada com a geologia local, o AAC foi subdividido em uma porção superior, livre e menos mineralizada, e outra inferior, mais antiga e mineralizada, ambas misturadas a leste do Arco de Purus, com progressiva diluição pela chuva.
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