Amaculo manihamba: canções de caminhar de mulheres de uma região transfronteiriça ao sul do continente africano
Resenha | Dossiê Musicar Local
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2021.176168Palavras-chave:
Resenha, Musicar local, Angela ImpeyResumo
No oeste de Maputaland, uma região fronteiriça localizada na junção da África do Sul, Moçambique e Suazilândia, Song Walking examina a políticas territoriais, seu papel nas memórias e suas evoluções. Angela Impey explora relatos contrastantes acerca deste triângulo estratégico pouco conhecido, contrapondo narrativas textuais com as memórias de um grupo de mulheres idosas cujas canções e atividades diárias trazem narrativas e pontos de vista subalternos sobre a dinâmica na fronteira. Realizada durante a travessia de vastas distâncias com o acompanhamento da harpa bucal Isitweletwele, a etnografia de Impey encontra, nas canções de caminhadas femininas (amaculo manihamba), uma miríade de impactos sobre a propriedade, meios de subsistência e sentidos de localização causados por políticas de conservação ambiental transfronteiriça internacionalmente guiadas. Este livro vincula a pesquisa etnomusicológica aos temas mais amplos de desenvolvimento internacional, conservação do meio ambiente, gênero e acesso a recursos para fins econômicos locais. Song Walking atesta as dimensões afetivas, espaciais e econômicas do lugar, demonstrando que os processos de desenvolvimento são essencialmente culturais e revelando como a música se presta à expressão de sujeitos silenciados, ao mesmo tempo em que contribui para um alinhamento mais inclusivo e culturalmente apropriado entre as políticas fundiária e ambiental e necessidades e práticas locais.
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