Ensaio sobre o signo: troca, linguagem, espaço e um trabalho de Nuno Ramos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2021.175853Palavras-chave:
Nuno Ramos, Signo, Poesia e artes visuais, Troca, Virada ontológicaResumo
Em Ensaio sobre a dádiva (2014/2015), Nuno Ramos parte do ensaio homônimo de Marcel Mauss e atinge um ponto de acumulação e virada que remete a um modo de agenciamento decisivo em sua poética: a produção de planos de articulação entre elementos heterogêneos. Ao pôr em ato uma problemática da troca, reenuncia um espaço de remissões estéticas-históricas central para certas passagens entre artes modernas e contemporâneas, relançado em torno das relações entre linguagem e espaço. Assim, partindo da leitura do signo enquanto entidade elementar dos estruturalismos linguístico e antropológico por Patrice Maniglier, o artigo explora um campo possível de traduções recíprocas entre artes visuais e poesia, antropologia e filosofia, circulando ainda, com Jacques Rancière, entre Stéphane Mallarmé e Marcel Broodthaers, e com Lévi-Strauss, Saussure e certas linhas de debate sobre as artes contemporâneas, entre a problemática dos meios em artes visuais e um horizonte ontológico de pensamento com as artes.
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