A culpa é sempre da mãe? Um olhar sobre a maternidade através da clínica com crianças
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p520-535Palavras-chave:
Maternidade, Culpa, Clínica com criançasResumo
Este artigo pretende discutir questões relativas à maternidade a partir da prática clínica com crianças. Partimos das queixas relacionadas a alguns sintomas infantis que nos chegam para atendimento psicanalítico, para discutir o lugar da mãe na clínica de crianças. Levando em consideração que as mudanças sociohistóricas repercutem nas funções de cuidado dos filhos nas famílias, investigamos de que forma o aumento das possibilidades de destinos para as mulheres repercute nas experiências de maternidade nos dias de hoje. Utilizamos fragmentos de casos clínicos para ilustrar a discussão, evidenciando os desafios de envolver, sem culpabilizar, as mães nos atendimentos de criança.
Downloads
Referências
Aberastury, A. (2012). Psicanálise da criança: teoria e técnica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
Abrão, J. L. F. (2001). A história da psicanálise de crianças no Brasil. São Paulo, SP: Escuta.
Badinter, E. (1980). O mito do amor materno. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira.
Beauvoir, S. (2016). O segundo sexo. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira. (Trabalho original publicado em 1949).
Donath, O. (2017). Mães arrependidas. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Freud, A. (1971). O tratamento psicanalítico com crianças. Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1927).
Freud. S. (2010). Sobre o narcisismo: uma introdução. In S. Freud, Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916) (Obras completas, P. C. Souza, trad., Vol. 12, pp. 13-50). Rio de Janeiro, RJ: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1914).
Freud, S. (2018a). Algumas consequências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos. In S. Freud, Amor, sexualidade e feminilidade: Obras incompletas (pp. 259-276). Belo Horizonte: Autêntica. (Trabalho original publicado em 1925).
Freud, S. (2018b). A feminilidade. In S. Freud, Amor, sexualidade e feminilidade: Obras incompletas (pp. 313-348). Belo Horizonte, MG: Autêntica. (Trabalho original publicado em 1933).
Freud, S. (2018c). Compêndio de psicanálise. In S. Freud, Moisés e o monoteísmo, compêndio de psicanálise e outros textos (1937-1939) (Obras completas, P. C. Souza, trad., Vol. 19, pp 189-270). Rio de Janeiro: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1940).
Kehl, M. R. (2003). Em defesa da família tentacular. In R. Pereira & G. Groeninga, Direito de família e psicanálise: rumo a uma nova epistemologia (pp. 163-173). Rio de Janeiro, RJ: Imago.
Kehl, M. R. (2018). Posfácio, Freud e as mulheres. In S. Freud, Amor, sexualidade e feminilidade: Obras incompletas (pp. 353-368). Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Klein, M. (1996). Simpósio sobre análise de crianças. In M. Klein, Amor, culpa e reparação (pp. 165-196). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1927).
Mannoni, M. (2004). A primeira entrevista em psicanálise. Rio de Janeiro: Elsevier. (Trabalho original publicado em 1979).
Marcos, C. M. (2017). O desejo de ter um filho e a mulher hoje. Trivium: Estudos Interdisciplinares, 9 (2), 246-256. doi : http://dx.doi.org/10.18379/2176-4891.2017v2p.246
Riesco, R. (2018). Igualdad de género y conciliación familiar: entrevista con Nuria Pumar Beltrán. Revista Estudos Feministas, 26(1). doi : http://dx.doi.org/10.1590/1806-9584.2018v26n144559
Roudinesco, E. (1988). História da psicanálise na França: a batalha dos cem anos. Rio de Janeiro: Zahar.
Roudinesco, E. (2003). A família em desordem. Rio de Janeiro: Zahar.
Roussillon, R. (2010). La dépendance primitive et l’homosexualité primaire « en double ». In B. Golse & R. Roussillon, La naissance de l'objet (pp. 31-64). Paris: Presses Universitaires de France.
Singly, F. (2012). Sociologia da família contemporânea. São Paulo: Texto e Grafia.
Solis-Ponton, L. & Lebovici, S. (2004). Diálogo Letícia Solis-Ponton e Serge Lebovici. In L. Solis-Ponton, Ser pai, ser mãe: parentalidade: um desafio para o terceiro milênio (pp. 21-27). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Zornig, S. (2008). A criança e o infantil em psicanálise. São Paulo: Escuta.
Zornig, S. (2012). Construção da parentalidade: da infância dos pais ao nascimento do filho. In C. Piccinini & P. Alvarenga, Maternidade e paternidade: a parentalidade em diferentes contextos (pp. 17-35). São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.
Winnicott, D. W. (1983). Da dependência à independência no desenvolvimento do indivíduo. In D. Winnicott, O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional (pp. 79-87). Porto Alegre, RS: Artmed. (Trabalho original publicado em 1963).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Michelle Christof Gorin, Renata Machado de Mello, Terezinha Féres-Carneiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O envio dos manuscritos deverá ser acompanhado de Carta à Comissão Executiva solicitando a publicação. Na carta, o(s) autor(es) deve(m) informar eventuais conflitos de interesse - profissionais, financeiros e benefícios diretos ou indiretos - que possam vir a influenciar os resultados da pesquisa. Devem, ainda, revelar as fontes de financiamento envolvidas no trabalho, bem como garantir a privacidade e o anonimato das pessoas envolvidas. Portanto, o(s) autor(es) deve(m) informar os procedimentos da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição do(s) pesquisador(es) com o número do parecer.
O material deve ser acompanhado também de uma Declaração de Direito Autoral assinada por todo(s) o(s) autor(es) atestando o ineditismo do trabalho, conforme o seguinte modelo:
Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.