Sobrevivendo no inferno
narrar a vida para fazer algo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i1p35-47Palavras-chave:
Biopolítica, Necropolítica, Racismo, Memória, TransmissãoResumo
E
Este trabalho se desenvolve a partir de três eixos. O primeiro é uma breve retomada do que Foucault define como a biopolítica. Em seguida apresentamos e contextualizamos uma ferramenta de análise criada pelo filósofo e cientista social camaronês Achille Mbembe, a necropolítica, que constitui uma importante atualização da crítica social foucaultiana para fenômenos das periferias do capitalismo. De forma mais específica, tomaremos como eixo argumentativo aquilo que alude à articulação entre a biopolítica, a produção da vida e de subjetividades adequadas à forma social capitalista, e a necropolítica, uma política centrada na produção da morte em larga escala. Por fim, a partir dessa análise, tomando como eixo a produção do grupo de rap Racionais MC´s, destacaremos duas figuras que emergem das margens das cidades e que são capazes de operar a transmissão: o sobrevivente e a memória. Estas figuras, além de testemunharem a política de morte, podem indicar alguma forma de tratamento possível.
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