Usos schmittianos de conceitos spinozanos: Um caso do método de um falsificador

Autores

  • Francisco de Guimaraens Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Maurício de Albuquerque Rocha Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2024.226770

Palavras-chave:

Baruch Spinoza, Carl Schmitt, Política, Liberdade de consciência, Conatus, Poder constituinte

Resumo

Este trabalho envolve a análise da presença de Spinoza nas obras de Carl Schmitt. Os objetivos do texto são os seguintes: a) identificar
as razões de Schmitt ao sustentar seu discurso político em noções spinozanas; b) esclarecer as contradições entre as diferentes imagens de Spinoza que Schmitt projeta em seus escritos. Para alcançar tais objetivos, a investigação realizada neste texto abordou tanto o contraditório personagem Spinoza criado por Schmitt (filósofo antimecanicista, crítico do racionalismo, liberal, pensador da individualidade concreta) quanto os conceitos spinozanos manejados pelo jurista (conatus, natureza naturante, liberdade de consciência). A elucidação das táticas schmittianas de uso de filósofos hostis a seu projeto – caso de Spinoza – é relevante porque torna mais nítida a percepção das operações retóricas usadas por Schmitt na década de 1920 e nos primeiros anos da década de 1930 para ampliar a adesão aos propósitos não explicitados de sua atividade intelectual antes da sua adesão ao nazismo.

Downloads

Biografia do Autor

  • Francisco de Guimaraens, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Professor, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

  • Maurício de Albuquerque Rocha, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Professor, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Referências

BAZZAN, M. R., CAVAZZINI, A. 2011. Les enjeux de la conjoncture 1917-1921 en Allemagne – Plaidoyer pour le dépoussiérage de nos bibliothèques, Cahiers du GRM, Paris, Vol. 1. pp. 276-335 [https://doi.org/10.4000/grm.163].

BLUMENBERG, H. 1999. La légitimité des Temps Modernes, Paris, Gallimard.

FAYE, Emmanuel. 2015. Heidegger: a introdução do nazismo na filosofia. São Paulo: É Realizações.

JOUANJAN, O. 2013/1 Prendre le discours juridique nazi au sérieux?. Revue interdisciplinaire d’études juridiques, Paris, Volume 70, pp. 1-23 [https://doi.org/10.3917/riej.070.0001]

KOEKKOEK, R. 2014. Carl Schmitt and the challenge of Spinoza's pantheism between the world wars. Modern Intellectual History, 11, 02, pp. 333-357, Ago. 2014.

RIALS, S. 2003. Hobbes en chemise brune. Sur un livre de Carl Schmitt et le problème Schmitt. Paris, Droits n° 38, p. 183-242 [https://doi.org/10.3917/droit.038.0183]

RÜTHERS, B. 2016. Derecho degenerado, Madrid: Marcial Pons.

SCHMITT, C. (1986). Political Romanticism. [1919-1925]. [trad. Guy Oakes]. Cambridge: MIT Press.

SCHMITT, C. (1992). “L’ère des neutralisations et des dépolitisations”, in: La notion de politique [1927/1932]. Paris : Flammarion, p. 129 - 151.

SCHMITT, C. (2000). La Dictature. [1921]. [trad. M. Köller, D. Séglard]. Paris: Seuil.

SCHMITT, C. (2002). Le Léviathan dans la doctrine de l’État de T. Hobbes. [1938]. [trad. D. Trierweiler]. Paris: Seuil.

SCHMITT, C. (2006). Teologia política. [1922]. [trad. de Elisete Antoniuk]. Belo Horizonte: Del Rey.

SCHMITT, C. (2013). Théorie de la Constitution. [1928]. [trad. L. Deroche]. Paris : PUF.

SCHMITT, C. (2021). Glossarium: anotaciones desde 1947 hasta 1958. [1991- 2015]. [ed. Geisler, Tielke, ed. esp. D. G. Romero, trad. F. G. Viñas]. Sevilha: El Paseo.

SKINNER, Q. 2010. Hobbes e a liberdade republicana. São Paulo: Unesp.

SOMBART, N. 1999. Les Males vertus des Allemands [1991]. Paris : Cerf.

SPINOZA, B. 2005. Oeuvres V : Traité Polique. Paris: PUF.

SPINOZA, B. 2012. Oeuvres III. Traité Théologico-Politique. 2a ed.. Paris : PUF.

SPINOZA, B. 2022. Étique : In Spinoza, Baruch. Oeuvre complètes. Paris : Gallimard.

STORME, T. 2014. Théologie politique contre liberté de conscience individuelle. Leo Strauss et Carl Schmitt, lecteurs de Spinoza. in LANDENNE Q., STORME T., L'actualité du Tractatus de Spinoza et la question théologico-politique. Bruxelas: Université de Bruxelles.

VASQUEZ, G. 2020. El lazo metafísico. El Spinoza de Weimar en la lectura de Carl Schmitt. Corrientes, Nuevo Itinerario, 16 (1), pp. 275-300.

VATTER, M. 2004. Strauss and Schmitt as readers of Hobbes and Spinoza. Michigan, The New Centennial Review, Vol. 4, No. 3. (winter 2004), pp. 161-214.

WALTHER, M. Carl Schmitt e Baruch de Spinoza. Recife, Ágora filosófica, 13, Volume 1, p. 47 – p. 60.

ZAGANIARIS, J. 2001. Réflexions sur une intimité: Joseph de Maistre et Carl Schmitt. Paris, L'Homme & la Société, 2001/2, pp. 147-167.

ZARKA, Y-C. 2017. Carl Schmitt: De l’accreditation de la Shoah à sa négation. Paris, Revue d’Histoire de la Shoah, 207, pp. 265-281 [https://doi.org/10.3917/rhsho.207.0265].

ZARKA, Y-C. 2005. Un détail nazi dans la pensée de Carl Schmitt. Paris: PUF.

Downloads

Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Guimaraens, F. de, & Rocha, M. de A. (2024). Usos schmittianos de conceitos spinozanos: Um caso do método de um falsificador. Cadernos Espinosanos, 51, 15-36. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2024.226770