Poderia o riso emendar a tristeza?

Autores

  • José Marcelo Siviero Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2024.225779

Palavras-chave:

Afetividade, Bergson, Emenda, Espinosa, Hilaridade, Riso

Resumo

Trata-se de pensar o riso (enquanto expressão da hilaritas) como uma possível maneira de operar a emendatio espinosana, no sentido de dispor o corpo e a mente, por um treino e instrução propiciados a partir de uma articulação de afetos alegres, ao fortalecimento e manutenção crescentes de sua potência de agir. No entanto, por que escolhemos o riso, aparentemente uma manifestação mais física da hilaridade, como o ponto privilegiado de análise? Tal escolha se justifica através da interpretação fornecida por Henri Bergson em seus ensaios sobre o cômico. Enquanto censura satírica e ato de correção, o riso observado pelo filósofo francês contemporâneo visa restaurar a espontaneidade dos sujeitos alijados da duração e da intuição do mundo. Recuperar essa criatividade intuitiva de princípio – que se correlaciona com o conceito espinosano de felicidade, escopo do Tratado da Emenda do Intelecto, mas que se cumpre efetivamente na Ética – é o objetivo de nosso estudo.

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Biografia do Autor

  • José Marcelo Siviero, Universidade Federal do Paraná

    Pós-doutorando, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil

Referências

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Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Siviero, J. M. (2024). Poderia o riso emendar a tristeza?. Cadernos Espinosanos, 51, 123-143. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2024.225779