Poderia o riso emendar a tristeza?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2024.225779Palavras-chave:
Afetividade, Bergson, Emenda, Espinosa, Hilaridade, RisoResumo
Trata-se de pensar o riso (enquanto expressão da hilaritas) como uma possível maneira de operar a emendatio espinosana, no sentido de dispor o corpo e a mente, por um treino e instrução propiciados a partir de uma articulação de afetos alegres, ao fortalecimento e manutenção crescentes de sua potência de agir. No entanto, por que escolhemos o riso, aparentemente uma manifestação mais física da hilaridade, como o ponto privilegiado de análise? Tal escolha se justifica através da interpretação fornecida por Henri Bergson em seus ensaios sobre o cômico. Enquanto censura satírica e ato de correção, o riso observado pelo filósofo francês contemporâneo visa restaurar a espontaneidade dos sujeitos alijados da duração e da intuição do mundo. Recuperar essa criatividade intuitiva de princípio – que se correlaciona com o conceito espinosano de felicidade, escopo do Tratado da Emenda do Intelecto, mas que se cumpre efetivamente na Ética – é o objetivo de nosso estudo.
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