É possível pensar o campo político a partir de Descartes?

Autores/as

  • Abel Beserra Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.206392

Palabras clave:

Descartes, Política, Vontade, Liberdade, Generosidade, Moral

Resumen

O presente artigo procura debater se é possível pensar o campo político a partir de Descartes. Em geral se considera que: 1) o tema teria sido praticamente ignorado por Descartes; 2) há indicações do que o filósofo pensa a respeito dessa temática, quer em sua correspondência, quer ao longo de seus trabalhos. Nossa posição se aproxima da segunda alternativa, pois Descartes teria conferido um lugar ao campo político por meio das implicações e desdobramentos relativos à união da alma e do corpo. Mais especificamente, por meio do papel da causalidade final para a ação prática do ser humano, seja na moral, seja na política. Nesse sentido, os conceitos discutidos no Tratado das paixões e na correspondência com a princesa Elisabeth podem ser elucidativos. Dessa maneira, nossa leitura é a de que emerge em Descartes um campo político baseado no exercício da razão e de uma vontade livre. 

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Referencias

ABBAGNANO, N. (1998). Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes.

ANDRADE, E. (2017). Sobre a generosidade: certeza, ação e paixão na ética cartesiana. São Paulo: Edições Loyola.

CASSIRER, E. (1992). A filosofia do iluminismo. Campinas: Editora da Unicamp.

DESCARTES, R. (1973). Discurso do método; Meditações; As paixões da alma; Cartas. In: Os Pensadores Vol XV. São Paulo: Abril Cultural.

DESCARTES, R. (1901). Œuvre de Descartes - v. IV. ADAM, C.; TANNERY, P. (Ed). Paris: Léopold Cerf.

DESCARTES, R. (2001). Medicina dos afetos - Correspondência entre Descartes e a princesa Elisabeth da Boémia. Oeiras: Celta Editora.

DESCARTES, R. (2006). Princípios da filosofia. Tradução: João Gama. Lisboa: Edições 70.

DESCARTES, R. (2018). Discurso do método & Ensaios. São Paulo: Editora Unesp.

FORLIN, E. (2017). A concepção moral de descartes na carta a Mesland. Revista de Filosofia do IFCH da Universidade Estadual de Campinas, v. 1, n. 2., jul./dez., p. 3 - 17.

FORTES, L. R. S. (1986). O iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense.

GOYARD-FABRE, S. (1973). Descartes et Machiavel. In: Revue de Métaphysique et de Morale, 78e Année, n. 3 (Juillet-Septembre), p. 312- 334.

GUENANCIA, P. (1983). Descartes et l’ordre politique. Paris: PUF.

GUEROULT, M. (2016). Descartes segundo a ordem das razões. São Paulo: Discurso Editorial.

HOBSBAWM, E. (1996). The age of revolution. New York: Vintage Books.

MAQUIAVEL, N. (2010). O príncipe. São Paulo: Martins Fontes.

MARION, J.-L. (1991). Questions cartésiennes. Paris: PUF.

MATOS, O. C. F. (1999). O iluminismo visionário: Benjamin, leitor de Descartes e Kant. São Paulo: Brasiliense.

OLIVEIRA, A. (2013). Descartes - O cortesão exilado: política e paixão. Tese (Mestrado) - FFLCH-USP. São Paulo: 192f.

REGNAULT, F. (1967). La pensée du prince. In: The Cahiers pour l’Analyse and Contemporary French Thought, n. 6 (January-February), article 2, p. 23-52. Disponível em: http://cahiers.kingston.ac.uk/vol06/cpa6.2.regnault.html Acessado em: 02/01/2021.

SOUZA, M. G. (2002). Natureza e Ilustração: sobre o materialismo de Diderot. São Paulo: Editora unesp.

Publicado

2022-12-30

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

Beserra, A. (2022). É possível pensar o campo político a partir de Descartes? . Cadernos Espinosanos, 47, 209-234. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.206392

Datos de los fondos