ESPINOSA E O CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2017.124045Palavras-chave:
Espinosa, bem, mal, afeto, juízo, útilResumo
As definições do bem e do mal que abrem a Parte iv da Ética parecem posicionar decididamente Espinosa entre os filósofos que consideraram poder defini-los por meio de proposições suscetíveis de verdade e falsidade, reconduzindo, portanto, à razão a origem destas noções. Por outro lado, a proposição 8 da mesma parte afirma de modo inequívoco que o conhecimento dos valores morais é inteiramente redutível a um estado emocional. Dado este aparente paradoxo, trata-se, então, de analisar se e como podem ser conciliadas as definições de bem e de mal e a proposição 8 da Parte IV. O artigo mostra que a filosofia de Espinosa busca produzir uma mutação dos conhecimentos e, portanto, dos desejos; em última instância, uma mutação da natureza do agente, da qual irá derivar, necessariamente, uma mutação na especificação dos bens e nas ações, porque, mudando a natureza da mente, serão diferentes as coisas que provocam alegria e que serão, desse modo, desejadas. Não por acaso, o supremo bem, o conhecimento de Deus, comporta um componente afetivo: a alegria. Trata-se de mostrar que o componente afetivo é intrínseco ao juízo de valor e, ao mesmo tempo, exprime a natureza do sujeito e motiva a sua ação. Por isso, o homem que usa a razão não poderá senão desejar o que lhe é verdadeiramente útil.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
b. Authors are authorized to take on additional contracts separately, to non-exclusive distribution of the article published in this journal (ex.: to publish in institutional repository or as part of a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.