Absenteísmo docente em escolas públicas paulistas: dimensão e fatores associado
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-41615136ptlhPalavras-chave:
Absenteísmo docente, Assiduidade docente, Falta de professorResumo
Esse é o primeiro artigo da literatura brasileira que analisa fatores associados ao absenteísmo docente. Utilizamos informações administrativas da rede estadual paulista, Censo Escolar e SARESP 2007 e estimamos um modelo de contagem que relaciona as faltas dos professores aos seus atributos, às características das escolas e dos alunos. Nesse ano letivo, 71% dos profissionais ausentaram-se pelo menos uma vez ao trabalho e 26 dias letivos foram perdidos na instituição mediana. Os resultados mostram que as faltas estão associadas a problemas de saúde, ao custo de oportunidade e as chances de ser punido. Unidades escolares com alunato mais pobre e más condições de trabalho sofrem mais com as ausências. Há evidências de que o ambiente institucional afete a decisão de faltar. Efeitos heterogêneos mostram que políticas para reduzir o absenteísmo devem levar em conta o perfil da escola e do professor.
Downloads
Referências
Banerjee, Abhijit, e E. Duflo. 2006. “Addressing Absence.” Journal of Economic Perspectives 20(1): 117-132. https://doi.org/10.1257/089533006776526139.
Banerjee, Ritwik, Elizabeth M. King, Peter F. Orazem, e Elizabeth M. Paterno. 2012. “Student and teacher attendance: The role of shared goods in reducing absenteeism.” Economics of Education Review 31(5): 563-574.
https://doi.org/10.1016/j.econedurev.2012.04.002.
Barros, Ricardo. P., Mirela Carvalho, Samuel Franco, e Andressa Rosalém. 2012. “Impacto do Projeto Jovem de Futuro.” Estudos em Avaliação Educacional 23(51): 214-226. https://doi.org/10.18222/eae235120121959.
Beg, Sabrin, Adrienne M. Lucas, Waqas Halim e Umar Saif. Beyond the Basics: Improving Post-Primary Content Delivery through Classroom Technology. Cambridge: National Bureau of Economic Research, 2020.
Cabral, Grace. G. 2019. “Condições de trabalho, saúde e adoecimento docente: presenteísmo e absenteísmo em escolas de ensino médio na região central de Rio Branco-AC”. Tecnia: Revista de Educação, Ciências e Tecnologia do IFG 4(2): 24-43. http://orcid.org/0000-0002-2445-4440.
Cameron, Adrian C., e Pravin K. Trivedi. 2009. Microeconometrics Using Stata. College Station: Stata Press.
Capitan, James H. Teacher Absenteeism. A Study of the Ohio Association of School Personnel Administrators. Overland Park: American Association of School Personnel Administrators, 1980.
Chadwick-Jones, John. K., Nigel Nicholson e Colin Brown. 1982. Social Psychology of Absenteeism. New York: Praeger Publishers.
Chaudhury, Nazmul, Jeffrey Hammer, Michael Kremer, Karthik Muralidharan e F. Halsey Rogers. 2006. “Missing in Action: Teacher and Health Worker Absence in Developing Countries.” Journal of Economic Perspectives 20(1): 91-116. https://10.1257/089533006776526058.
Clotfelter, Charles. T., Helen F. Ladd, e Jacob L. Vigdor. 2009. “Are teacher absences worth worrying about in the U.S.?” Education Finance and Policy 4(2): 115-149. https:doi.org/10.1162/edfp.2009.4.2.115.
Dalago, Irazilda. B. 2019. “Programa de atenção à saúde e ao trabalho do professor municipal de Paranaguá: um estudo de caso”. Dissertação, Universidade Federal do Paraná.
Dee, Thomas, S., e James Wyckoff. 2015. “Incentives, Selection, and Teacher Performance: Evidence from IMPACT.” J. Pol. Anal. Manage. 34:267-297. https://doi.org/10.1002/pam.21818.
Dhaliwal. Iqbal e Rema Hanna. 2017. “The devil is in the details: The successes and limitations of bureacratic reform in India”. Journal of Development Economics 124: 1-21. https:// doi.org/10.1016/j.jdeveco.2016.08.008.
Duflo, Annie, Jessica Kiessel, e Adrienne Lucas. External Validity: Four Models of Improving Student Achievement. Cambridge: National Bureau of Economic Research, 2020.
Duflo, Ester, Rema Hanna e Stephen P. Ryan. 2012. “Incentives work: getting teachers to come to school”. American Economic Review 104(4): 1241-78. https://doi.org/ 10.1257/aer.102.4.1241.
Ehrenberg, Ronald G., Randy A. Ehrenberg, Daniel I. Reese e Eric L. Ehrenberg. 1991. “School district leave policies, teacher absenteeism and student achievement”. Journal of Human Resources 26(1): 72-105. https://doi.org/10.2307/145717.
Fryer, Roland. 2013. “Teacher Incentives and Student Achievement: Evidence from New York City Public Schools”. Journal of Labor Economics 31(2): 373-407. https:// doi.org/10.1086/667757.
Gasparini, Sandra M., Sandhi M. Barreto e Ada A. Assunção. 2005. “O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde”. Educação e Pesquisa 31(2): 189-199. https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000200003.
Hawkins, Amber, Jim Dorward e Geoffrey G. Smith. 2000. “Substitute teacher availability, pay, and influence on teacher professional development: A national survey”. Spectrum 18(3): 40-46. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=EJ14551. Acesso em 11/2020.
Henderson, Elizabeth, Nancy Protheroe e Stephanie Porch. 2002. Developing an effective substitute teacher program. Arlington, VA.: Educational Research Service.
Hill, T. Susan. 1982. “You can’t afford for teachers to be out, so take these steps to stop absenteeism”. Updating School Board Policies 13(3): 1-4. Disponível em http://eric.ed.gov/id=ED14233. Acesso em 11/2020.
Imants, Jeroen, e Ad van Zoelen. 1995. “Teachers’ sickness absence in primary schools, school climate and teachers’
sense of efficacy”. School Organization 15: 77-86. https:// doi.org/10.1080/0260136950150109.
Jacob, Brian A. 2011. “Do principals fire the worst teachers?” Educacional Evaluation and Policy Analysis 33(4): 403-434. https://doi.org/10.3102/0162373711414704.
Medeiros, Adriane. M. e Marcel T. Vieira. 2019. “Ausência ao trabalho por distúrbio vocal de professores da Educação Básica no Brasil”. Cadernos de Saúde Pública 35(1): 1-12. https://doi.org/10.1590/0102-311X00171717.
Miller, Raegen. T.,Richard. J. Murnane, e John B. Willett. 2008. “Do Teacher Absences Impact Student Achievement?
Longitudinal Evidence from One Urban School District”. Education Evaluation and Policy Analysis 30(2): 181-200. https://doi.org /10.3102/0162373708318019.
Muralidharan, Karthik, e Venkatesh Sundararaman. Contract Teachers: Experimental Evidence from India. Cambridge: National Bureau of economic Research, 2013.
Muralidharan, Karthik, Jishnu Das, Alaka Holla e Aakash Mohpal. 2017. “The fiscal cost of weak governance: evidence from teacher absence in India”. Journal of Public Economics 145: 116-135. http://doi.org/10.1016/j.jpubeco.2016.11.005.
Nascimento, Cawana. S., Grace G. Cabral e Paulo R. L. Mendes. 2019. “Trabalho docente no ensino médio e suas
implicações na saúde do professor”. Análise crítica das ciências da saúde 2: 114-124. https://doi.org/10.22533/at.ed.385192305.
Nechas, Eillen. 1989. “Is it catching?” Teacher Magazine, December 1, 1989. Disponível em http://www.edweek.org/education/is-it-catching/1989/12. Acesso: 04/2020.
Ost, Ben., e Jeffrey C. Schiman. 2017. “Workload and teacher absence”. Economics of Education Review 57:20-30. https://doi.org /10.1016/j.econedurev.2017.01.002.
Pitkof, Evan. 1993. “Teacher absenteeism: What administrators can do”. NASSP Bulletin 77(551): 39- 45. https://doi.org/10.1177/019263659307755106.
Possagno, Rildo. 2019. “A síndrome de Bornout em professores: uma revisão narrativa”. Dissertação, Universidade Federal do Paraná.
Paes Filho, Fabio, Joyce Souza, e Luiza Rossi-Barbosa. 2020. “Prevalência do absenteísmo por distúrbios vocais entre professores”. Bionorte 9(1):20-5.
Ree, Joppe de, Karthik Muralidharan, Menno Pradhan e Halsey Rogers. 2015. Double for Nothing? Experimental Evidence on the Impact of an Unconditional Teacher Salary Increase on Student Performance in Indonesia. Cambridge: National Bureau of Economic Research, 2015.
Rosenberg, Gail G., Patricia Blake-Rahter, Judy Heavner, Linda Allen, Beatrice M. Redmond, Janet Phillips e Kathy Stigers. 1999. “Improving Classroom Acoustics (ICA): A Three-Year FM Sound Field Classroom Amplification Study”. Journal of Educational Audiology 7:8–28. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=ED463640. Acesso: 11/11/2020.
Rundall, Richard A. 1986. “Continuity in Subbing: Problems and Solutions”. Clearing House 59(5):240. https://doi.org/10.1080/00098655.1986.9955654.
São Paulo. 1963. Decreto nº 42.850, 30 de dezembro de 1963. Regulamenta as disposições legais vigentes relativas aos servidores públicos civis. Diário Oficial do Estado de São Paulo: São Paulo, SP, p. 6, 31 dez. 1963.
São Paulo. 1968. Lei nº 10.261, 28 de outubro de 1968. Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado. Diário Oficial do Estado de São Paulo: São Paulo, SP, p. 2, 29 out. 1968.
São Paulo. 1974. Lei n. 500, de 13 de novembro de 1974. Institui o regime jurídico dos servidores admitidos em caráter temporário. Diário Oficial do Estado de São Paulo: São Paulo, SP, p. 3, 14 nov. 1974.
São Paulo. 1985. Lei Complementar nº 444, de 27 de dezembro de 1985. Dispõe sobre o Estatuto do Magistério Paulista. Diário Oficial do Estado de São Paulo: São Paulo, SP, p. 1, 28 dez. 1985.
São Paulo. 2007. Decreto nº 52.054 de 14 de agosto de 2007. Dispõe sobre o horário de trabalho e registro de ponto dos servidores públicos estaduais da Administração Direta. Diário Oficial do Estado de São Paulo: São Paulo, SP, p. 1, 15 ago. 2007.
Van Dick, Rolf, e Ulrich Wagner. 2001. “Stress and strain in teaching: a structural equation approach”. British Journal of Educational Psychology, 71: 243-259. https:// doi.org/10.1348/000709901158505
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Priscilla Albuquerque Tavares
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A submissão de artigo autoriza sua publicação e implica o compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico.
A revista não paga direitos autorais aos autores dos artigos publicados.