Cidades cognitivas: Utopia tecnológica ou revolução urbana?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37109.020

Palavras-chave:

Cidades cognitivas, Cidades inteligentes, Inteligência computacional, Inteligência artificial, Sociedade e tecnologia

Resumo

Os avanços tecnológicos das últimas duas décadas, particularmente nos dispositivos eletrônicos e computação, abriram o caminho para uma extensa lista de potenciais aplicações, em diversas áreas, impactando decisivamente as ações humanas. A proliferação dos equipamentos eletrônicos, tanto de uso pessoal como de coletivo, e conectados de forma ininterrupta, favoreceu a criação e disponibilização de um extenso conjunto de informações, sobre demandas individuais e coletivas, podendo ser utilizadas para gerenciar uma estrutura urbana de forma mais eficiente e otimizada. Surge assim o conceito de estruturas urbanas com uma forma de inteligência subliminar, as cidades inteligentes. Um passo tecnológico complementar foi a proliferação dos gadgets e apps, permitindo um crescimento sem precedentes no volume de dados disponíveis, e que podem ser usados por algoritmos de inteligência artificial para tomar decisões autônomas em tempo real na gestão da infraestrutura urbana, as cidades cognitivas. Embora isso possa representar uma grande revolução urbana, com a melhoria na qualidade de vida nas cidades, o funcionamento de uma estrutura coletiva de forma totalmente autônoma traz consigo profundos questionamentos éticos e morais. Aqui, discutimos as tecnologias que levaram a essa revolução urbana, e os consequentes desafios da humanidade para estabelecer os parâmetros limitantes para o uso dessas tecnologias, e de como este novo cenário urbano resgata o debate sobre o papel da tecnologia na sociedade e no progresso da humanidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AHUJA K.; KHOSLA, A. Driving the Development, Management, and Sustainability of Cognitive Cities. Practice, Progress and Proficiency in Sustainability Book Series, 2019.

ALBINO, V.; BERARDI, U.; DANGELICO, R. M. Smart Cities: Definitions, Dimensions, Performance and Initiatives. Journal of Urban Technology, v.22, n.1, p 3-21, 2015.

ANTHOUPOULOS, L. Understanding Smart Cities: A tool for smart government or an industrial trick? S. l.: Springer International, 2017.

APPIO, F. P.; LIMA, M.; PAROUTIS, S. Understanding Smart Cities: Innovation ecosystems, technological advancements, and societal challenges. Technological Forecasting and Social Change, v.142, p.1-14, 2019.

BIBRI, S. E. The IoT for smart sustainable cities of the future: An analytical framework for sensor-based big data applications for environmental sustainability. Sustainable Cities And Society, v.38, p.230-53, 2018.

BIJKER, W. E.; HUGHES, T. P.; PINCH, T. The social constructions of technological systems. Cambridge: The MIT Press, 2nd edition, 2012.

CAMERON, W. B. Informal Sociology: A Casual Introduction to Sociological Thinking. New York: Rabon House, 1967.

CHILDE, V. G. The Urban Revolution. Tow Planning Review, v.21, n.1, p.3-17, 1950.

DA FONSECA, A. C. P.; MOTA, C. G. Fim das Utopias? A cidade de São Paulo e a discussão do urbanismo contemporâneo. Estudos Avançados, v.33, n.95, p.191-202, 2019.

D’ONOFRIO, S.; PORTMANN, E. Cognitive Computing in Smart Cities. Informatik Spektrum, v.40, p.46-57, 2017.

FAN, S. “What Does Ethical AI Look Like? Here’s What the New Global Consensus Says”, 2019. [Online]. Disponível em: < https://singularityhub.com/2019/09/10/what-does-ethical-ai-look-like-theres-now-a-global-consensus/>.

GLASSNER, A. Deep Learning: from basics to practice. S. l.: Imaginary Institute, 2019a. v.1.

GLASSNER, A. Deep Learning: From Basics to Practice. S. l.: Imaginary Institute, 2019b. v.2.

HALEGOUA, G. Smart Cities. Cambridge: The MIT Press, 2020.

HURWITZ, J. S.; KAUFMANN M.; BOWLES, A. Cognitive Computing and Big Data Analytics. S. l.: Wiley, 2015.

KOTHKIN, J. The City: A Global History. S. l.: Modern Library, 2005.

LECUN, Y.; BENGIO, Y.; HINTON, G. Deep Learning. Nature, v.521, p.436-44, 2015.

LIM, C.; KIM, K. J.; MAGLIO, P. P. Smart cities with big data: Reference models, challenges, and considerations. Cities, v.82, p.86-99, 2018.

MALONE, T. W.; BERNSTEIN, M. S. Handboolk of Collective Intelligence. Cambridge: The MIT Press, 2015.

NETTO, M. L. Computação Evolutiva e Cognitiva - Simulação em Vida Artificial e Cognição. São Paulo, 2007. Tese (Livre Docência em Engenharia Elétrica) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

O’FLAHERTY, B. City Economics. Cambridge: Harvard University Press, 2005.

PORTMANN, E.; TABACCHI, M. E.; HABENSTEIN, A. (Ed.) Designing Cognitive Cities. S. l.: Springer, 2018.

RUHLANDT, R. W. S. The governance of smart cities: A systematic literature review. Cities, v.81, p.1-23, 2018.

SEJNOWSKI, T. J. The Deep Learning Revolution. Cambridge: The MIT Press, 2018.

TOWNSEND, A. M. Smart Cities: Big Data, Civic Hackers and the Quest for a New Utopia. New York: WW Norton, 2013.

VAN ZOONEN, L. Privacy concerns in smart cities. Government Information Quarterly, v.33, n.3, p.472-80, 2016.

VERNON, D. Artificial Cognitive Systems - A Prime. Cambridge: The MIT Press, 2014.

WEBB, R. The Urban Organism. Nature, v.446, p.869, 2007.

WILLIAMS, R.; EDGE, D. The Social Shaping of Technology. Research Policy, v.25, n.6, p. 865-99, 1996.

Downloads

Publicado

2023-12-05

Como Citar

Lobo Netto, M. ., & Justo, J. . (2023). Cidades cognitivas: Utopia tecnológica ou revolução urbana?. Estudos Avançados, 37(109), 345-360. https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37109.020