Dom Bibas: o bobo da corte responsável pelo futuro de Portugal em O bobo, de Alexandre Herculano
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i32p166-190Palavras-chave:
Bobo da corte, Riso, Dom Bibas, PoderResumo
Este artigo versa sobre a atuação do bobo da corte Dom Bibas no romance histórico de Alexandre Herculano, denominado O bobo (1997). Nessa narrativa, Dom Bibas, é responsável pela independência do Condado Portucalense, futura nação portuguesa, pois descobre uma passagem secreta no castelo de Guimarães, capaz de proporcionar a movimentação dos cavaleiros aliados do infante D. Afonso Henriques, filho da rainha D. Theresa e do falecido rei D. Henrique de Borgonha, e inimigos do conde espanhol Fernando Peres de Trava, marido da referida monarca. Dom Bibas, através de suas críticas, desafia a Monarquia, sendo açoitado por isso e se dedica, a partir daí, a arquitetar sua vingança contra o conde, derrotando-o. A fundamentação teórica centra-se, principalmente, nos estudos de Bakhtin sobre o bobo da corte (1987), da subversão por meio do riso, de Minois (2003) e em Foucault (1979) a respeito do poder.
Downloads
Referências
ANDERSON, Perry. “Trajetos de uma forma literária”. Trad. Milton Ohata. Novos Estudos 77, p. 205-220, mar. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/nec/a/XRts7vvR3XZ6xb8KygWqtDn/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 set. 2021.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: HUCITEC, 1987.
BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Trad. Desidério Murcho. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
BRAGA, Bya. “Figuras Bufônicas: cultura material de ator e outros bichos”. In: BRAGA, Bya; TONEZZI, José (orgs.). O bufão e suas artes: Artesania, disfunção e soberania. Jundiaí: Paco, 2017. p. 55-100.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Org. e trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 1996.
HERCULANO, Alexandre. História de Portugal: desde o começo da monarchia até o fim do reinado de Afonso III. Tomo II. 8. ed. Lisboa: Livraria Aillaud & Bertrand, 1875.
HERCULANO, Alexandre. O bobo. São Paulo: Editora Ática, 1997.
LUKÁCS, György. O romance histórico. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2011.
MARK, Margaret; PEARSON, Carol S. O herói e o fora-da-lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. Trad. Merle Scoss. São Paulo: Cultrix, 2003.
MINOIS, Georges. História do riso e do escárnio. Trad. Maria Elena O. Ortiz Assumpção. São Paulo: UNESP, 2003.
PELLEGRINO, Hélio. Brasil: nunca mais. São Paulo: Vozes, 1996.
SOUZA, José Pedro G.; GARCIA, Clovis L.; CARVALHO, José F. T. Dicionário de Política. São Paulo: T. A. Queiroz Editor, 1998.
VEIGAS, Ana; LOURENÇO, Carla; CAETANO, Carlos; BARATA, João. Dossiê temático-pedagógico sobre a figura e a obra de António José Saraiva (1917-1993). Lisboa: Ministério da Educação e Ciência, 2014. Disponível em: https://docero.com.br/doc/xv005xn. Acesso em: 14 out. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Arlene Rosa Eustáquio

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.