Queda do Paraíso e o arquétipo temporal do tédio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v15i30p238-251

Palavras-chave:

Campo de sangue, Dulce Maria Cardoso, Mito, Tédio, Romance português contemporâneo

Resumo

O mito da Queda do Paraíso, enquanto tradição, e o tédio que surge na modernidade fazem, ambos, parte do que podemos chamar de uma identidade ocidental. Em Campo de sangue, livro publicado por Dulce Maria Cardoso em 2002, tédio e queda aparecem atrelados um ao outro e permitem que pensemos um arquétipo temporal contemporâneo nos moldes daqueles que foram propostos por Octavio Paz. Partindo da relação proposta nesse romance português cosmopolita, o objetivo deste ensaio é discutir o sujeito protagonista enquanto representante do estar-no-mundo do homem ocidental.

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Biografia do Autor

  • Larissa Fonseca e Silva, Universidade de São Paulo

    Doutoranda em Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo (USP), desenvolvendo a tese "Ecos d'Os Lusíadas nas ruínas do império: Camões em romances pós-coloniais de autoria feminina". Mestra em Teoria Literária e Crítica da Cultura pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com a dissertação intitulada "Tradição, contemporaneidade e tédio no romance Campo de sangue, de Dulce Maria Cardoso" (2022). Licenciada em Letras também pela UFSJ (2020).

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Publicado

2023-12-31

Como Citar

Silva, L. F. e. (2023). Queda do Paraíso e o arquétipo temporal do tédio. Revista Desassossego, 15(30), 238-251. https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v15i30p238-251