Queda do Paraíso e o arquétipo temporal do tédio
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v15i30p238-251Palavras-chave:
Campo de sangue, Dulce Maria Cardoso, Mito, Tédio, Romance português contemporâneoResumo
O mito da Queda do Paraíso, enquanto tradição, e o tédio que surge na modernidade fazem, ambos, parte do que podemos chamar de uma identidade ocidental. Em Campo de sangue, livro publicado por Dulce Maria Cardoso em 2002, tédio e queda aparecem atrelados um ao outro e permitem que pensemos um arquétipo temporal contemporâneo nos moldes daqueles que foram propostos por Octavio Paz. Partindo da relação proposta nesse romance português cosmopolita, o objetivo deste ensaio é discutir o sujeito protagonista enquanto representante do estar-no-mundo do homem ocidental.
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