Saudade e exílio no imaginário lusófono: um trajeto cultural nos dois lados do Atlântico
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i32p243-271Palavras-chave:
Poesia lusófona, Saudade, Exílio, Estudos do imaginárioResumo
Os estudos sobre o exílio adquiriram lugar central na contemporaneidade, porém tal investigação trafega geralmente pela língua inglesa, o que pode acobertar experiências culturais não incluídas neste escopo. Analisando textos representativos (cantigas medievais, a poesia camoniana, a poesia e canção brasileiras), este artigo intenta demonstrar que elaboração do imaginário mítico-poético do exílio deu-se paralelamente ao imaginário da saudade, na cultura lusófona – conferindo especificidade à compreensão do exílio, enquanto um trajeto antropológico da lusofonia.
Downloads
Referências
AGOSTINHO. Comentário aos Salmos: Salmos 101-150. Trad. Monjas Beneditinas do Mosteiro de Maria Mãe do Cristo de Caxambu. São Paulo: Paulus, 1998.
ARAÚJO, Márcia Maria de Melo. “João Zorro e marcas de sua individualidade poética”. In: FERNANDES, Geraldo Augusto (org.).
Abordagens interdiscursivas no contexto da cultura medieval, Série Estudos Medievais, 5, Fortaleza, 2018, p. 54-66.
BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: Ensaio sobre a imaginação da matéria. Trad. Antônio de Pádua Danese. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
BACHELARD, Gaston. A terra e os devaneios do repouso: Ensaio sobre as imagens da intimidade. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2019.
BACHELARD, Gaston. A terra e os devaneios da vontade: Ensaio sobre a imaginação das forças. Trad. Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão, 2019.
BACHELARD, Gaston. O ar e os sonhos: Ensaio sobre a imaginação do movimento. Trad. Antônio de Pádua Danese. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BERTINI, Fátima. “O conceito de saudade (desiderium): a pertinência de uma tradução”. Santa Barbara Portuguese Studies, Santa Barbara - University of California, v. 2, 2017.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2002.
CARREIRA, José Nunes. “O Salmo 137 e a estrutura literária de Sôbolos rios”. Didaskalia, Lisboa v. 11, n. 2, p. 329-362, 1981.
CAMPBELL, Joseph. Deusas: os mistérios do divino feminino. Trad. Tônia Van Acker. 5. ed. São Paulo: Palas Athena, 2020.
COHEN, Robin. “Sólidas, dúcteis e líquidas: Noções em mutação de ‘lar’ e ‘terra natal’ nos estudos da diáspora”. Caderno CRH, v. 21, n. 54, UFBA: Salvador, p. 519-532, 2008.
CUNHA, Viviane. “As cantigas de Joan Zorro: os mitos e os ritos”. Revista do CESP: Centro de Estudos Portugueses da UFMG, Belo Horizonte, v. 24, n. 33, p. 81-96, 2004.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. Trad. Hélder Godinho. 3. ed. Martins Fontes: São Paulo, 2002.
FERREIRA, Manuel Pedro. “Martin Codax: a história que a música conta”. Medievalista, Lisboa, n. 24, 2018.
FONSECA, Maria Augusta. “Ainda uma vez, a ‘Canção do exílio’ e cantos paralelos”. Revista brasileira de psicanálise, São Paulo, v. 51. n.1, p. 193-205, 2017.
GOETHE. Wolfgang. Canção de Mignon. Trad. Carlos Magalhães de Azeredo. Roma: Fratelli Centenari Tipografos, 1906.
GOMES, Eunice S. L. “Ísis e a Alma do Mundo Egípcio”. Fenomenologia e hermenêutica do religioso: Anais do II congresso da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE). Belo Horizonte: PUC Minas, p. 41-57, 2009.
GUNKEL, Hermann. Psalms: A form-Critical introduction. Philadelphia: Facet Books, 1967.
HAMLIN, Hannibal. Psalm culture and early modern_English literature. Cambridge: Cambridge Universtiy Press, 2004.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
LAMAS, Maria Paula. “Reflexões sobre a saudade”. Revista Philologus, Rio de Janeiro, n. 35, p. 98-101, 2006.
LEVI, Joseph Abraham. “Identidades judaicas em terras alheias: o caso do Brasil”. Revista Lusófona de Ciência das Religiões, Lisboa, ano 3, n. 5/6, p. 217-230, 2004.
LOPES. Graça Videira. “‘Em Lisboa sobre lo mar’: Imagens de Lisboa na poesia medieval”. In: Oliveira, Luís Kruz; FONTE, José Luís (orgs.). Lisboa medieval: os rostos da cidade. Lisboa: Livros Horizonte, 2007, p. 422-432.
LOPES, Graça Videira; FERREIRA, Manuel Pedro et al. Cantigas medievais galego-portuguesas [base de dados online]. Lisboa: FCSH/NOVA, 2011.
LOURENÇO, Eduardo. Mitologia da saudade seguido de Portugal como destino. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
LOURENÇO, Eduardo. O labirinto da saudade. Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016.
MENDONÇA, Élcio V. S. de. Monte Sião extremidade do Safon: Estudo da influência da mitologia cananeia na Teologia de Sião a partir da análise exegética do Salmo 48. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião). Faculdade de Humanidades e Direito: Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2012.
MENEGAZ, Ronaldo. “A oposição Sião-Babilônica em Camões e outros autores”. IDIOMA, Rio de Janeiro, n. 25, p. 96-111, 2013.
MONTEFIORE, Simon Sebag. Jerusalém: a biografia. Trad. George Schlesinger e Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
MOURA, Vasco Graça. “Sôbolos rios que vão”. In: MARNOTO, Rita (org.). Comentário a Camões. v 3. Genebra: Centre d’Études Lusophones; Coimbra: CIEC, 2016.
NANCY, Jean-Luc. “La existencia exiliada”. Revista de Estudios Sociales, Bogotá, n. 8, p. 116–118, 2001.
NASCIMENTO, Adriano R. A.; MENANDRO, Paulo Rogério M. Memória social e saudade: especificidades e possibilidades de articulação na análise psicossocial de recordações. Memorandum, Belo Horizonte, 8, p. 5-19, 2005.
PATRÍCIO, Manuel Ferreira. “Mitologia, fenomenologia, ontologia da saudade: Um itinerário ascendente e aprofundante”. In: TEIXEIRA, António Braz et al (orgs.). Sobre a saudade. Sintra: Zéfiro, 2012.
PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. “Mitos da língua: o caso da palavra ‘saudade’”. International Studies on Law and Education, São Paulo, Porto, n. 18, p. 89-92, 2014.
REGINA, Elis. Essa mulher [CD]. Rio de Janeiro: WEA Music, 2009.
SOARES, Marcus Vinicius Nogueira. “Romances de exílio: O mulato, de Aluísio Azevedo, e O país do carnaval, de Jorge Amado”. Anais do SILEL, Uberlândia, v. 3. n. 1, 2013.
STOWE, David W. Song of exile: The enduring mystery of Psalm 137. New York: Oxford University, 2016.
TOPEL. Marta F. “Terra Prometida, exílio e diáspora: apontamentos e reflexões sobre o caso judeu”. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n. 43, 2015.
VERSLUIS, Aries. “Knock the little bastards’ brains out: Reception, history and theological interpretation of Psalm 137:9”. In: RUITEN, Jacques van; BEKKUM, Koert van. Violence in the Hebrew Bible. Leiden, Netherlands: Brill Academic, 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Elzimar Fernanda Nunes Ribeiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.