RESPINGOS DE "CHUVA OBLÍQUA" DE FERNANDO PESSOA EM "SUMÁRIO LÍRICO" DE FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v8i15p127-139Palavras-chave:
"Chuva Oblíqua", Fernando Pessoa, "Sumário Lírico", Fiama Hasse Pais Brandão, poesia moderna portuguesaResumo
Fernando Pessoa compôs "Chuva oblíqua" como um poema-manifesto do que denominou de "interseccionismo". Partindo do pressuposto que esse poema é uma arte poética, aproximaremos dele a leitura do poema "Sumário Lírico" de Fiama Hasse Pais Brandão, escrito em 1998. Enquanto em "Chuva oblíqua", as intersecções são possíveis cenários que convivem imaginariamente e que se interseccionam ou se justapõem, contrapondo o interior e o exterior do sujeito poético. As cenas se intercalam inclusive em relação ao tempo, ou seja, a memória e o sonho ajudam a compor e a recompor a paisagem. É uma poética que contribui e que paga tributo às artes visuais, principalmente ao cubismo. Em "Sumário Lírico", o sujeito poético se coloca atrás de uma vidraça da janela, há as camadas de realidade se interpondo: ao mesmo tempo, relacionam-se outros tempos, outros poetas e outros versos, marcando a intertextualidade presente na atualidade poética. O que torna possível a visibilidade de outras cenas é a transparência do vidro, material, assim como no poema de Pessoa, onde o real é descrito a partir da materialidade. A cena marítima marca o lugar onde encontra-se o sujeito, que está escrevendo, outra questão coincidente, além da presença da metalinguagem, que encontramos em ambas poéticas.Downloads
Referências
BRANDÃO, Fiama Hasse Pais. Obra Breve. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.
PESSOA, Fernando. Poesia do Eu. (edição Richard Zenith). Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.
SILVEIRA, Jorge Fernandes da. Lápide e Versão. Ensaios sobre Fiama Hasse Pais Brandão. Rio de Janeiro: Bruxedo, 2006.
STEINBERG, Vivian. Literatura estrangeira em língua portuguesa. Curitiba: Intersaberes, 2015.
______________. A `fala prefeita` de Fiama Hasse Pais Brandão - um diálogo íntimo com a realidade. 2011. 190f. Tese (Doutorado em Literatura Portuguesa) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Vivian Steinberg
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.