O Cadáver, um emblema da morte em “Ápeiron”, de Caio Fernando Abreu
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v3i5p62-76Palavras-chave:
alegoria, cadáver, emblema, morte, morrer, representação.Resumo
O objetivo do presente artigo é investigar os procedimentos utilizados por Caio Fernando Abreu para a construção das representações da morte em sua obra. Para tanto, tomamos, aqui, o conto “Apeiron”, publicado no livro Inventário do irremediável (1970). No texto, a reflexão sobre a morte, bem como o processo de dissociação a ela ligado, é deflagrada a partir da representação dos estados mentais de um cadáver, espécie de emblema alegórico da finitude humana, uma vez que pode ser visto como uma personificação da morte. Além disso, o caráter emblemático do corpo morto remete, também, ao esvaziamento da vida humana. O conto estabelece uma ambiguidade, especialmente porque a escolha discursiva (indireto e indireto livre) não permite ao leitor vincular diretamente as ideias presentes no texto ao cadáver-protagonista ou ao narrador, levando-o a questionar se o texto é o produto da imaginação deste narrador ou a manutenção insólita da vida mental de um homem morto. Seja a imaginação sobre a morte ou a vivência desta, “Apeiron” se mostra um texto no qual, a partir do processo de morrer, Abreu faz uma reflexão sobre o sentido do ser.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).