O processo espiral de uma aula-rascunho
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i36p20-51Palavras-chave:
aula-rascunho, espiral, decolonizar, educação, literatura, universidadeResumo
O presente texto constitui uma discussão sobre como se vem dando, no primeiro semestre de 2023, a experiência com alunos de primeiro período do curso noturno de licenciatura Português-Literaturas da Universidade Federal Fluminense no âmbito da disciplina Literatura Brasileira I: Literatura e identidades culturais no Brasil. Na interseção entre prática e teoria, o texto se apresenta na convergência entre o relato, o ensaio e o artigo acadêmico com vistas a incorporar em sua própria manufatura o movimento integrado a experiências educativas decolonizadoras. A partir de noções como performance e tempo espiralar de Leda Maria Martins; mapa-rascunho e habitação de Tim Ingold; e relação e errância de Édouard Glissant, percebidas em interrelação, exponho como surgiu e venho desenvolvendo o trabalho junto à turma. Nesse sentido, apresento a proposta de uma aula-rascunho caracterizada por uma metodologia espiralar e que, construída a partir da habitação da sala de aula, existe como processo marcado pelo inacabamento necessário, segundo Paulo Freire, ao desenvolvimento do conhecimento e de processos de transformação social. Na contramão das estruturas dicotômicas do pensamento ocidental, a aula-rascunho funda-se, assim, no fazer e no experienciar de caráter cumulativo e móvel, gregário e não etapista.
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