(Auto)figurações de um crítico: Ricardo Piglia e a teoria crítica francesa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i35p331-349Palavras-chave:
Ricardo Piglia, Diário, Los Libros, CríticaResumo
O presente trabalho procura investigar certa figuração de Ricardo Piglia como crítico literário em uma intersecção entre dois campos de sua escrita: tanto sua participação como editor no periódico Los Libros (1969-1976), quanto as entradas diarísticas de sua obra Los diarios de Emilio Renzi (2015-2017), com especial enfoque no primeiro volume, Años de formación. A produção crítica e teórica do autor nesses dois veículos aparece sob uma forte linha de influência que ressoa seu repertório de juventude: a teoria crítica francesa, que contamina a produção argentina dos anos 60 e 70. Tanto através de análises e resenhas publicados no periódico, quanto em entradas específicas do diário, é possível observar a figuração de um autor-crítico que percorre os períodos de formação de Piglia. Nessas produções, cuja influência literária abrange Roland Barthes e outros autores do “telquelismo”, nos interessa justamente localizar tal figuração e analisar como esta dialoga diretamente com as distintas heranças francesas de sua época, tanto no campo da teoria e crítica literária, quanto no das posições políticas que se transportam para dentro do texto.
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