Leituras em disputa na contemporaneidade: pós-crítica como anti-crítica e função da crítica hoje
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i34p54-80Palavras-chave:
Estudos literários contemporâneos, Crítica, Pós-crítica, Anti-críticaResumo
O propósito deste artigo é apresentar uma discussão em torno de três textos representativos de posicionamentos influentes no estado atual da crítica no campo dos estudos literários: “Surface Reading” (2009), de Stephen Best e Sharon Marcus; “Context stinks!” (2011), de Rita Felski; e “Paranoid reading and reparative reading, or you’re so paranoid, you probably think this essay is about you” (2003), de Eve Kosofsky Sedgwick. Os ensaios discutidos tiveram repercussão assumindo posição contrária em relação a depth models (modelos de profundidade) de análise literária, para usar um termo de Fredric Jameson (1991); em outras palavras, tais ensaios defendem formas de ler a obra que, cada uma a seu modo, recusam o exercício de interpretação literária que, segundo eles, procure o significado da obra em uma leitura mais aprofundada. Pelo modo como se posicionam e pelos argumentos que articulam, tais textos serão considerados aqui como representativos de uma postura anti-crítica. O debate partirá de uma leitura cerrada de alguns de seus argumentos e procurará mapear a postura teórica que eles propõem.
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