Jorge Luis Borges em dois juízos finais
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i18p216-233Palavras-chave:
Jorge Luis Borges, “Sentirse en muerte”, assombro, tempo, eternidade, criollismo.Resumo
Em 1988, Beatriz Sarlo propõe uma passagem entre duas poéticas em Jorge Luis Borges: de Evaristo Carriego (1930) em direção a Historia universal de la infamia (1935). Os dois textos são “insidiosos”, defende a pesquisadora, porque falsificam as biografias de seus personagens. Porém, a coletânea de 1935 opera em âmbito universal. Este movimento, afirma Sarlo, é portador de um acumulo de prerrogativas, associado à dupla inscrição de Borges: o cidadão do mundo e, simultaneamente, o de um país pensado a partir de Buenos Aires. Neste ensaio, sugerimos uma passagem anterior, evidenciada em “Sentirse en muerte” (1928): do criollismo – o poeta dos arrabaldes, dotado da capacidade de transporte sensível e instalado nos limites de sua cidade imaginada, que busca a representação poética digna de seu conceito de argentinidade – em direção à prosa que alcança o caráter argumentativo-reflexivo dos ensaios sobre o tempo e a eternidade característicos de Borges, início de sua legitimação como “percibidor abstracto del mundo”. Este movimento é também portador de um acúmulo de prerrogativas, dupla inscrição de Borges: como poeta, literato e ensaísta programático do criollismo; como meditador dedicado aos assombros contidos em nossos conceitos de vida, tempo e universo, operador de textos da Filosofia e da Teologia.Downloads
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