“UMA PAIXÃO DO NEUTRO”: RELAÇÕES ENTRE NEUTRO E SUBJETIVIDADE
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0ispep45-48Palavras-chave:
Roland Barthes, Neutro, Subjetividade, Curso, DesejoResumo
Em sua aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária do Collège de France, Roland Barthes afirma que um ensino como o praticado pela instituição deve admitir sempre uma fantasia. Em seu segundo curso ministrado, O neutro (1977-1978), Barthes reafirma o compromisso de colocar a aula sempre à disposição de um desejo: “Lembrar aula inaugural: promessa de que a cada ano o curso, a pesquisa, partiria claramente de uma fantasia pessoal. Em resumo: desejo o Neutro, logo postulo o Neutro. Quem deseja postula (alucina)” (BARTHES, 2003, p. 30). Ora, como desejo (desejo de neutro), o neutro pressupõe um sujeito que, a priori, talvez, pudesse negá-lo, impossibilitando-o constituir-se como neutro, tendo em vista que, da maneira como Barthes o postula, o neutro seria a suspensão de qualquer paradigma (qualquer imposição arrogante de sentido, mesmo atrelada à uma edificação subjetiva). A definição do neutro como desejo não exclui, entretanto, a presença do sujeito. Sendo assim, o trabalho pretende investigar como o neutro e esse sujeito que o deseja estão relacionados, quais as implicações que isso acarreta para a postulação do “objeto” feito por Barthes durante o curso e como esse neutro está presente (ou se deseja que esteja presente) na vida do próprio sujeito.
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Referências
BARTHES, Roland. Aula: aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 2007.
BARTHES, Roland. O neutro: anotações de aulas e de seminários ministrados no Collège de France,1976-1977. Organização de Thomas Clerc. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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