O tecer e o trajar: metáforas do empoderamento feminino em dois contos de Marina Colasanti
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i15p160-174Palavras-chave:
Literatura. Autoria Feminina. Tecer Narrativo. MetáforaResumo
Os contos de Marina Colasanti transitam entre o real e o fantástico alinhavando ações que conduzem as relações humanas e seus dilemas. Suas narrativas curtas são retiradas das experiências diárias para suscitar reflexões muito mais abrangentes, pois são entrelaçados de palavras e situações que desvelam o cotidiano e o comportamento exigido da mulher. A partir da análise dos contos “A moça tecelã”, do livro Doze reis e a moça no labirinto do vento (1982), e “Plano matrimonial”, de Contos do amor rasgado (1982), evidenciamos de que forma a autora constrói, metaforicamente, na tessitura narrativa a roupa masculina e o trabalho da tecelã para refletir acerca do empoderamento da mulher. Os contos têm em comum a relação heterossexual das protagonistas intermediada pelos trajes masculinos, que se revestem de simbologia e revelam, no contexto literário, a explanação do lugar social da mulher e do homem, visto como uma das linhas que alinhavam a vivência humana. Desse modo, Marina Colasanti tece na trama discursiva as redes de significações reveladoras do fazer e do ser feminino.
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