A tecelagem lírica de uma Penélope moderna: a alquimia dos nós, de Yêda Schmaltz
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i15p136-159Palavras-chave:
Yêda Schmaltz, fios, tecelagem, Penélope, erotismoResumo
A alquimia dos nós (1979), de Yêda Schmaltz, reinventa o mito de Penélope sob registro de Homero, na Odisseia. Através de uma visão feminina, a voz lírica constante no livro, sobretudo na primeira parte, “Fios (O livro de Penélope)”, desenvolve o relato lírico da sua união com Ulisses, do período em que sofre a ausência do esposo e do retorno dele. A principal modificação na identidade da Penélope yediana decorre da reflexão e do tratamento em relação a sua sexualidade, bem como do desencanto ao divisar o homem amado, quando ele retorna. Os versos que integram essa obra não raro usam da metáfora da tecelagem e do tecido para caracterizar a voz lírica como pertencente à heroína do passado mitológico. Porém, a tecelagem metafórica também alude à sexualidade solitária de Penélope, bem como à atividade por ela exercida, o trabalho com o fio e a escrita poética. O presente estudo empreende leitura dos versos da poeta goiana a partir das considerações desenvolvidas sobre a metáfora da tecelagem e da consciência erótica do literário desenvolvidas por Hughes Liborel (1997), Ana Maria Machado (2001), Octavio Paz (2001) e Angélica Soares (1999).
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