A percepção de trabalhadoras sobre as políticas de gestão de diversidade organizacional: representatividade e pertencimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2024.195950

Palavras-chave:

Psicologia organizacional, Psicologia sócio-histórica, Diversidade

Resumo

Por meio de pesquisa de campo qualitativa, este estudo busca compreender as diferentes possibilidades de alcance de programas de diversidade em trabalhadoras de grupos sociais distintos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três trabalhadoras de empresas que contam com programas de diversidade. A análise se deu a partir da abordagem da psicologia sócio-histórica, dado seu caráter dialético, tendo como ferramenta metodológica principal a análise dos núcleos de significação. Os resultados indicam influência positiva da existência de programas de diversidade organizacional no sentimento de pertencimento organizacional dos trabalhadores que compõem esses grupos. Também se observou que dificuldades relacionadas à identificação com os grupos de diversidade podem levar trabalhadores a não aderirem a essas políticas organizacionais. Conclui-se que empresas com programas de diversidade efetivos apresentam maiores chances de atração e retenção de pessoas pertencentes a grupos minorizados, entretanto essa eficácia está diretamente ligada à adesão dos trabalhadores às iniciativas de diversidade promovidas pelas organizações.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2006). Núcleos de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia: Ciência e Profissão, 26(2), 222-245. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200006

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2013). Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 94(236), 299-322. https://doi.org/10.1590/s2176-66812013000100015

Aguiar, W. M. J., Soares, J. R., & Machado, V. C. (2015). Núcleos de significação: uma proposta histórico-dialética de apreensão das significações. Cadernos de Pesquisa, 45(155), 56-75. https://doi.org/10.1590/198053142818

Alves, M. A., & Galeão-Silva, L. G. (2004). A crítica da gestão da diversidade nas organizações. Revista de Administração de Empresas, 44(3), 20-29. https://doi.org/10.1590/S0034-75902004000300003

Bock, S. D. (2001). Orientação profissional: avaliação de uma proposta de trabalho na abordagem socio-historica. [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas]. Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/205227

Bock, A. M. B., Gonçalves, M. G. M., & Furtado, O. (Orgs.) (2007). Psicologia sócio-histórica (3a ed.). Cortez.

Cabral, U. (2022, 11 de novembro). Pessoas pretas e pardas continuam com menor acesso a emprego, educação, segurança e saneamento. Agência IBGE Notícias. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/35467-pessoas-pretas-e-pardas-continuam-com-menor-acesso-a-emprego-educacao-seguranca-e-saneamento

Cardoso, L. (2010). Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 8(1), 607-630.

Carreira, D. (2018). O lugar dos sujeitos brancos na luta antirracista. SUR. Revista Internacional de Direitos Humanos, 15(28), 127-137.

Castilho, P., Callegaro, H., & Szwarcwald, M. (2020). Diversity Matters América Latina: Por que empresas que adotam a diversidade são mais saudáveis, felizes e rentáveis. McKinsey. https://www.mckinsey.com/br/~/media/mckinsey/locations/south%20america/brazil/our%20insights/diversity%20matters/diversitymatterspt.pdf?shouldIndex=false

Constituição da República Federativa do Brasil. (1988, 5 de outubro). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

Cousin, C. S. (2013, 7-10 de julho). Pertencimento ao lugar e a formação de educadores ambientais: um diálogo necessário. VII EPEA – Encontro Pesquisa em Educação Ambiental, Rio Claro, SP, Brasil. http://www.epea.tmp.br/epea2013_anais/pdfs/plenary/0130-1.pdf

Dess, C. (2022). Notas sobre o conceito de representatividade. Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas, 1(43), 1-30. https://doi.org/10.5965/1414573101432022e0206

Fleury, M. T. L. (2000). Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas Brasileiras. Revista de Administração de Empresas, 40(3), 18-25. https://www.scielo.br/j/rae/a/YqBJ94QnWgPFBRcD7FJHnQj/?format=pdf&lang=pt

Great place to work. (2020). Turnover: qual o seu impacto nas empresas? https://gptw.com.br/conteudo/artigos/turnover/

Gastal, C. A., & Pilati, R. (2016). Escala de Necessidade de Pertencimento: Adaptação e Evidências de Validade. Psico-USF, 21(2), 285-292. https://doi.org/10.1590/1413-82712016210206

Gomes, I. (2023, 7 de julho). Pessoas com deficiência têm menor acesso à educação, ao trabalho e à renda. Agência IBGE Notícias. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37317-pessoas-com-deficiencia-tem-menor-acesso-a-educacao-ao-trabalho-e-a-renda

Jornal Hoje. (2022, 21 de setembro). Desemprego é maior entre pessoas com deficiência, segundo IBGE. https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2022/09/21/desemprego-e-maior-entre-pessoas-com-deficiencia-segundo-ibge.ghtml

Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. (1991, 24 de julho). Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm

Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010. (2010, 20 de julho). Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, 10.778, de 24 de novembro de 2003. Brasília, DF: Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm

Lei n. 12.990, de 9 de junho de 2014. (2014, 9 de junho). Reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União. Brasília, DF: Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12990.htm

Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. (2015, 6 de julho). Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm

Lopes, Y. (2017). Rogério Junqueira: conceitos de diversidade. Diversidade e Educação, 2(4), 4-13. https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/6353

Michaelis: dicionário escolar da língua portuguesa (3a ed.). (2015). Melhoramentos.

Myers, A. (2003). O valor da diversidade racial nas empresas. Estudos Afro-Asiáticos, 25(3), 483-515. https://doi.org/10.1590/S0101-546X2003000300005

Nkomo, S. M. & Cox Jr., T. (1999). Diversidade e identidade nas organizações. In S. Clegg, C. Hardy, & W. Nord, W. (Orgs.), Handbook de estudos organizacionais: Modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais (Vol. 1, pp. 334-354). Atlas.

Oliveira, P. C. (2019). Ser e pertencer: o sentimento de pertencimento nas organizações brasileiras sob a ótica da cultura organizacional. [Trabalho de conclusão de curso, Universidade de São Paulo]. Banco de Dados Bibliográficos da USP. https://dedalus.usp.br/F/CVGFEXYC44DGEQMU2FUAS244XT19G3GXSF4B6U5AL8RYQDRYLU-23065?func=direct&doc%5Fnumber=002981533&pds_handle=GUEST

Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e a Cultura. (2002). Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. https://www.oas.org/dil/port/2001%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20sobre%20a%20Diversidade%20Cultural%20da%20UNESCO.pdf

Piza, E. (2002). Porta de vidro: entrada para branquitude. In I. Carone, & M. A. S. Bento (Orgs.), Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil (pp. 59-90). Vozes.

Projeto de Lei n. 5.593, de 2020. (2020). Altera a Consolidação das Leis do Trabalho para reservar pelo menos 50% das vagas destinadas à contratação de aprendiz para a contratação de negros, mulheres e LGBTQI+. https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2267719&ord=1

Ribeiro, D. (2017). O que é lugar de fala? Letramento.

Ribeiro, D. (2019). Pequeno manual antirracista. Companhia das Letras.

Robbins, S. P. (2009). Comportamento organizacional (6a ed.). Pearson Prentice Hall.

Saji, G. S. M. (2005). Gestão da Diversidade no Brasil: apresentação de um modelo brasileiro. [Dissertação de mestrado, Fundação Getúlio Vargas]. FGV Repositório Institucional Acadêmico. https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/5738/107942.PDF

Schucman, L. V. (2012). Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. [Tese de doutorado, Universidade São Paulo]. Biblioteca Digital USP. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-21052012-154521/pt-br.php

Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro. (2023, 19 de maio). Desemprego é maior entre mulheres, negros e jovens, mostra pesquisa do IBGE. CUT – Central Única dos Trabalhadores. https://www.cut.org.br/noticias/desemprego-e-maior-entre-mulheres-negros-e-jovens-mostra-pesquisa-do-ibge-84cc

Tavares, R. C. (2014). O sentimento de pertencimento social como um direito básico e universal. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas, 15(106), 179-201. https://doi.org/10.5007/1984-8951.2014v15n106p179

Downloads

Publicado

2024-06-18

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

A percepção de trabalhadoras sobre as políticas de gestão de diversidade organizacional: representatividade e pertencimento. (2024). Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 27, e195950. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2024.195950