Elementos do republicanismo em Hegel e Marx
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i13p67-92Palavras-chave:
republicanismo , democracia , Hegel , MarxResumo
O republicanismo viveu um renascimento no séc. XVIII, no movimento de negação do absolutismo. A imagem da Polis clássica foi mobilizada pelos revolucionários franceses contra o despotismo e a corrupção do Antigo Regime. Após a queda dos jacobinos, tem início entre os entusiastas da revolução uma reflexão sobre os motivos do fracasso da revolução em realizar a república democrática. Hegel faz uma reflexão sobre o anacronismo jacobino de tentar instaurar a república antiga nas condições modernas, mas não se contenta com as soluções liberais e mobiliza a tradição republicana na sua crítica às insuficiências das teorias contratualistas. Para o jovem Marx, Hegel, em sua Filosofia do Direito, não realiza seu projeto de Estado ético (republicano). Marx critica a solução hegeliana, mas permanece fiel ao projeto que relaciona república e reconciliação. Este projeto exigiria a crítica teórica e prática das bases materiais que impediriam a reconciliação real que realizaria o Estado ético. Nessa reconstrução, a realização da república democrática é deslocada para o campo do comunismo.
Downloads
Referências
ANDREWES, A. The Greek Tyrants. Londres: Hutchinson’s University Library, 1957.
ARISTÓTELES. Nichomachean Ethics. Cambridge: Harvard University Press. Loeb Classical Library, 1934.
ARISTÓTELES. Politics. Cambridge: Harvard University Press. Loeb Classical Library, 1932.
AVINERI, Shlomo. El pensamiento social y político de Carlos Marx. Centro de Estudios Constitucionales. Madrid, 1983.
AVINERI, Shlomo. Hegel’s Theory of the Modern State. Cambridge University Press, 1974.
BERLIN, Isaiah. Quatro ensaios sobre a liberdade. Brasília: UNB, 1981.
BOURGEOIS, Bernard. O pensamento político de Hegel. Unisinos, 2000.
FINLEY, M.I. Politics in the Ancient World. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.
HEGEL, G. W. F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio. Terceira Parte: A Eticidade. Segunda Seção: A Sociedade Civil. Tradução: Marcos Lutz Müller. Textos Didáticos. Campinas: Unicamp, 2000 [1821].
HEGEL, G. W. F. Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito ou Direito Natural e Ciência do Estado em Compêndio. Terceira Parte: A Eticidade. Terceira Seção: O Estado. Tradução: Marcos Lutz Müller. Textos Didáticos. Campinas: Unicamp, 1998 [1821].
HEGEL, G. W. F.Philosophy of Right. Trad. Knox, T.M.. Oxford: Clarendon, 1942 [1821].
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. Trad. Maria Rodrigues e Hans Harden. 2ªed. - Brasília: Universidade de Brasília, 1999 [1830-1831].
HORKHEIMER, M. Eclipse da Razão. Labor do Brasil, 1976.
ILTING, K. H. The Structure of Hegel’s Philosophy of Right. In: Hegel’s Political Philosophy: problems and perspectives. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.
KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. (Col. Os pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1974.
LÖWY, Michael. A teoria da revolução no jovem Marx. Tradução de Anderson Gonçalves. Petrópolis: Vozes, 2002.
MARCUSE, H. Razão e Revolução. Saga, 1969.
MARX, K. Marx: Escritos de Juventud. México: Fondo de Cultura Económica, 1987.
MARX, K. Cartas Cruzadas en 1843. In: Marx: Escritos de Juventud. Mé-
xico: Fondo de Cultura Económica, 1987a. [1843].
MARX, K. Introducción a la crítica de la Filosofía del Derecho de Hegel. In: Marx: Escritos de Juventud. México: Fondo de Cultura Económica, 1987b. [1843].
MARX, K. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. Trad. Rubens Enderle e Leonardo de Deus. São Paulo: Boitempo, 2005 [1843].
MARX, K. Anales Franco-Alemanes. In: Marx: Escritos de Juventud. México: Fondo de Cultura Económica, 1987c [1843-1844].
MARX, K. Sobre la Cuestión Judía. In: Marx: Escritos de Juventud. México: Fondo de Cultura Económica, 1987d [1843-1844].
MARX, K. Manuscritos Económico-Filosóficos. In: FROMM, E. Marx y su concepto de hombre. México: Fondo de Cultura Económica, 1998 [1844].
MARX, K. Manuscritos Econômico-filosóficos. In: FERNANDES, Flores- tan (Org). Marx/Engels: História. São Paulo: Ática, 1989 [1844].
MARX, K. The Civil War in France: The Paris Commune. Nova York: International Pubs, 1968 [1871].
MARX, K. & ENGELS, F. A Sagrada Família. Trad. Marcelo Backes. São Paulo: Boitempo, 2003 [1845].
MARX, K. & ENGELS, F. A Ideologia Alemã - (I - Feuerbach). Trad. José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Hucitec, 1996 [1845-1846].
PELCZYNSKI, Z. A. The Hegelian conception of the state. In:
PELCZYNSKI, Z.A. (Org). Hegel’s Political Philosophy: problems and perspectives. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.
PIKE, J. E. From Aristotle to Marx. Aritotelianism in Marxist Social Ontology. Avebury series in Philosophy, 1999.
POCOCK, J.G.A. Linguagens do Ideário Político. Tradução Fabio Fernandez. São Paulo: Edusp, 2003.
SANDEL, Michael. The procedural republic and the unencumbered self. In: AVINERI, Shlomo & AVNER, De-Shalit (Org.). Communitarianism and Individualism. Oxford University Press, 1992.
SKINNER, Quentin. Liberdade antes do Liberalismo. São Paulo: Unesp, 1999.
SUTER, J.F. Burke, Hegel, and the French Revolution. In: PELCZYNSKI, Z.A. (Org.). Hegel’s Political Philosophy: problems and perspectives. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.
TAYLOR, Charles. Atomism. In: Philosophy and the Human Sciences. Philosophical Papers, vol. 2. New York: Cambridge University Press, 1985.
VERNANT, Jean-Pierre. As Origens do Pensamento Grego. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Difel, 1977.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2008 Jean Gabriel Castro da Costa
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.