"Nós” de Nietzsche: um pronome plural para a amizade e uma nova expressão para filosofia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i20p103-119Palavras-chave:
Amizade , Filosofia , "Nós" , Vivência , NietzscheResumo
Pretendemos demonstrar com este trabalho como o pronome pessoal plural nós exerce um papel fundamental no pensamento de Nietzsche quanto à relação entre amizade e filosofia. O centro articulador dessa relação é a noção de que a amizade é um espaço de partilha de vivências (de com-vivência, portanto) pré-racional e, enquanto tal, um espaço de factibilidade da nova forma de filosofia proposta por Nietzsche, aquela que articula pensamento e vida. Para isso, pretende-se analisar o uso da suspeita como estratégia filosófica, em que medida o nós pode ser entendido como uma crítica ao atomismo metafísico do eu e à necessidade da comunicação e, por fim, como essa nova forma de filosofia se efetiva como partilha da alegria. A amizade, assim, é vista como espaço privilegiado no qual a filosofia deixa de ser apenas uma forma de pensar para se tornar uma forma de viver.
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