Ação política e tensão institucional em Hannah Arendt: entre o ordinário e o extraordinário

Autores

  • Éliton Dias da Silva USP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i2p43-56

Palavras-chave:

ação, desobendiência civil , lei, poder constituído, poder constituinte

Resumo

Um traço marcante no pensamento de Hannah Arendt é a busca por conciliar o caráter extraordinário do poder da ação, iniciador de rupturas e novos processos, à estabilidade de uma Constituição, redigida a partir de um processo revolucionário com vista à liberdade. Diante deste movimento, da ação à estabilidade, a autora é interpretada de várias formas e recebe diferentes rótulos conceituais. Levando isso em conta, este artigo visa refletir sobre as possíveis tensões suscitadas por esta dupla dimensão do poder, o poder constituinte e o poder constituído, caracterizar como elas se tornam compatíveis no pensamento arendtiano, bem como, demonstrar como esta tensão se manifesta, sobretudo, na desobediência civil provocando diferentes interpretações, segundo as quais autora estaria vinculada a uma matriz liberal de pensamento e recolocando a necessidade de definição dos conceitos de ação, constituição e lei, para verificar como se relacionam entre si e que tipo de institucionalidade e movimento emergem na vida pública a partir deles.

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Publicado

2024-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dias da Silva, Éliton. (2024). Ação política e tensão institucional em Hannah Arendt: entre o ordinário e o extraordinário. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 43(2), 43-56. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i2p43-56