A moral da história

Autores

  • Vinícius Figueiredo Universidade Federal do Paraná. Departamento de Filosofia.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i04p45-60

Palavras-chave:

Estado, mercado, teleologia, discurso

Resumo

A despeito de tudo o que os separa, Constant e Hegel têm em comum o diagnóstico conforme o qual a inovação da política moderna frente a sua forma clássica consiste em que, nela, a liberdade se realiza indiretamente: ela requer, respectivamente, o mercado ou o Estado. Argumentamos de início que 1) o moti­vo dessa convergência de fundo é a compreensão moderna da política como âmbito no qual a consciência moral, tornada privada no limiar do Esclarecimento, adquire sua expressão pública; 2) o êxito dessa expressão é assegurado, nestes dois autores, pela filosofia da história, no que revelam sua proximidade a Kant. Ocorre que o vínculo entre modernidade e moralidade foi reinterpretado à luz da crise da teleologia, como ilustram os dois paradigmas teóricos examinados no passo seguinte deste ensaio: a sociologia positiva e a teoria do discurso. A referência feita a estas duas vertentes visa indagar até que ponto tais alternativas ao modelo teleológico dão conta dos problemas que o suscitaram.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

APEL, K-0 . Transformação da filosofia. (Tradução de Paulo AstorSoethe). São Paulo, Loyola, 2000.

BÉNICHOU, P. Morales du grand siècle. Paris, Gallimard, 1948.

CASTIGLIONE, B. O cortesão (Tradução de Carlos N. M. Louzada). São Paulo, Martins Fontes, 1997.

COLLIOT-THÉLÈNE. Le désenchantement de l 'État - de Hegel à Max Weber. Paris, Minuit, 1992.

COLLIOT-THÉLÈNE. "O conceito de política posto à prova pela mundialização". In: Revista de Sociologia e Política, vol. 12, junho 1999, p. 7-20.

CONSTANT, B. "Da liberdade dos antigos e dos modernos". In: Filosofia Política 2. Rio Grande do Sul, L&PM, 1985.

GIANNOTTI, J. A. "Habermas: mão e contra-mão". In: Novos Estudos - Cebrap, vol. 31, outubro de 1991, p. 7-23.

GIANNOTTI, J. A. Certa herança marxista. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.

HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. (Trad.: Guido de Almeida). Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1989.

HABERMAS, J. Derphilosophische Diskurs der Moderne. Frankfurt am Main, Suhrkamp. 1985.

HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1984.

HABERMAS, J. Pensamento pós-metafísico. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1990.

HEGEL, G. Grundlinien der Philosophie des Rechts. In: Gesammelte Schriften. Vol. 7. Frankfurt am Main, Suhrkamp, 1970.

KANT, I. Crítica da faculdade do juízo. (Trad. Valério Rohden e Antonio Marques). Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1993.

KANT, I. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. (Trad. Vinícius de Figueiredo). Campinas, Papirus, 2000.

KOSELLECK, R. Crítica e crise. (Trad. Luciana V-B. Castelo-Branco.) Rio de Janeiro, Contraponto, 1999.

LAROUCHEFOUCAULD. CEuvres completes. Paris: Gallimard, 1964.

LEBRUN, G. Kant e o fim da metafísica. (Trad. Carlos Alberto R. de Moura). São Paulo, Brasiliense, 1993.

LEFEBVRE, J-P. & MACHEREY, P. Hegel e a sociedade. São Paulo, Discurso Editorial, 1999.

MÜLLER, M. "A gênese conceituai do Estado ético". In: Filosofia Política - Nova Série, 2, 1998, p. 9-38.

NICOLE, P. Essais de morale. Paris, PUF, 1999.

PASCAL, B. Pensamentos sobre a política (Trad. Paulo Neves). São Paulo, Martins Fontes, 1994.

TORRES, J. C. B. Figuras do Estado Moderno. São Paulo, Brasiliense, 1989.

WEBER, M. Economia e sociedade - vol. 1 (Trad. Regis Barbosa e Karen E. Barbosa). Brasília, UnB, 1991.

Downloads

Publicado

2022-05-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Figueiredo, V. (2022). A moral da história. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 1(04), 45-60. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i04p45-60