Uma leitura operarista da história. Apresentação do texto "John Maynard Keynes e a teoria capitalista do estado em 29", de Antonio Negri
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i37p205-220Palavras-chave:
Antonio Negri, John Maynard Keynes, operarismo italiano, Estado-social, 1917-1929Resumo
Neste volume é oferecida a tradução, inédita para a língua portuguesa, de John M. Keynes e a teoria capitalista do Estado em 1929, um importante ensaio de Antonio Negri publicado originalmente em 1968. A fim de apresentá-lo ao leitor lusófono, pretendo primeiramente destacar o lugar desse ensaio no interior do itinerário filosófico do autor, considerando especialmente o contexto de seu retorno à produção filosófica após o período por ele mesmo chamado de “propedêutica à luta de classes” e a sua filiação ao chamado “operarismo italiano”. Em seguida, tecerei algumas considerações gerais sobre a interpretação negriana da obra de Keynes, enfatizando a dita “intuição política” manifestada pelo economista britânico em relação ao novo lugar da classe operária no cenário econômico do pós-guerra e o desdobramento dessa intuição num corpo teórico sistemático. Por fim, espero situar no interior de certo percurso teórico-político operarista dos anos 1960 tanto a tese de Negri sobre a emergência do Estado-social a partir da teoria keynesiana quanto a afirmação de um novo marco histórico nos desenvolvimentos capitalista e da luta de classes a partir de 1917-1929, além de indicar o surgimento de um marco ulterior desses desenvolvimentos nos eventos ocorridos em 1968.
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