Desconfortável consolo: a ética niilista de Arthur Schopenhauer
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i06p83-110Palavras-chave:
Schopenhauer, pessimismo, niilismo, éticaResumo
Este texto pretende analisar o significado da negação da vontade na Ética schopenhaueriana. O pensamento de Schopenhauer pode ser entendido a partir de dois momentos distintos. No primeiro o filósofo elabora sua teoria do conhecimento e expõe sua ontologia (o que equivaleria aos dois primeiros livros de O Mundo como Vontade e Representação) apresentando sua visão de mundo pessimista, em que é mostrado, conforme suas próprias palavras, o pior dos mundos possíveis: este momento representaria um movimento de queda. No segundo momento ocorreria, dirão alguns, uma virada radical, traçada em uma trajetória ascendente, em que Schopenhauer apresenta a solução para o problema do infortúnio (o que equivaleria aos dois últimos livros de O Mundo). Teríamos aqui um Schopenhauer demasiado feliz, otimista, e representante de uma filosofia do consolo. Procuramos mostrar neste texto que este segundo movimento representa, na verdade, um momento mais trágico ainda. A negação da vontade (ou da vida, o que é o mesmo em Schopenhauer) ofertada como a redenção (Erlösung) do problema moral, nos lança numa queda mais
Downloads
Referências
CACCIOLA, Maria Lúcia Mello e Oliveira Cacciola. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo, Edusp, 1994.
COLIN. R.-P. Schopenhauer et le pessimisme naturaliste. In: SIPRIOT, Pierre(Org.) Schopenhauer et la force du pessimisme. Paris, Ed. du Rocher, 1988.
DROIT, Roger-Pol. La fin d’une eclipse?. In: DROIT, Roger-Pol(Org.). Presences de Schopenhauer. Paris, Editions Grasset & Fasquelle, 1989.
HORKHEIMER, Max. “La actualidad de Schopenhauer”. In: ADORNO & HORKHEIMER. Sociologica. Trad. Víctor Sánchez de Zavala. Madrid, Taurus, 1971.
HULIN. Schopenhauer et la mort-renaissance. In: DROIT, Roger-Pol(Org.). Presences de Schopenhauer. Paris, Editions Grasset & Fasquelle, 1989.
MAIA, Muriel Wanessa Torres. A outra face do nada – sobre o conhecimento metafísico na estética de Arthur Schopenhauer. Petrópolis, Vozes, 1991.
MISRAHI. Critique de la théorie de la souffrance dans l’ontologie de Schopenhauer. In: DROIT, Roger-Pol(Org.). Presences de Schopenhauer. Paris, Editions Grasset & Fasquelle, 1989.
PHILONENKO, Alexis. Brève méditation sur la philosophie de la tragédie de Schopenhauer. In: DROIT, Roger-Pol(Org.). Presences de Schopenhauer. Paris, Editions Grasset & Fasquelle, 1989.
PHILONENKO, Alexis. Schopenhauer, une philosophie de la tragedie. 2. Ed. Paris, VRIN, 1999.
RIBOT, Theodúle. La philosophie de Schopenhauer. Paris, Librairie Germer Baillière, 1874.
ROSSET, Clément. Schopenhauer, philosophe de l’absurde. Paris, PUF,1989.
SANS, Edouard. Schopenhauer. Paris: PUF, 1990.
SCHOPENHAUER, Arthur. Crítica da filosofia Kantiana. Trad. Maria Lúcia Mello e Oliveira Cacciola. São Paulo, Abril Cultural, 1980 (Os Pensadores).
SCHOPENHAUER, Arthur. Essai sur le libre arbitre. Trad. Salomon Reinach. Paris, Félix Alcan, 1900.
SCHOPENHAUER, Arthur. Le monde comme volonté et comme representation (Suplementos). Trad. A. Burdeau. 8a Ed. Paris, Félix Alcan, s/d.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Trad. M. F. Sá Correia. Porto, Editora Rés, s/d.
SCHOPENHAUER, Arthur. Parerga e paralipomena, V, VIII, XII, XIV. Trad. Wolfgang Leo Maar. São Paulo, Abril Cultural, 1980.(Os Pensadores).
SCHOPENHAUER, Arthur. Sämtliche Werke, 7 Bände. Wiesbanden, F. A. Brockhaus, 1972. Edição de Arthur Hübscher.
SCHOPENHAUER, Arthur. Sämtliche Werke in fünf Bände. Grossherzog Wilhelm Ernst Ausgabe. Leipzig, s/d.
SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre la voluntad en la naturaleza. Trad. Herederos de Miguel de Unamuno. Madrid, Alianza Editorial, 1982.
SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre o fundamento da moral. Trad. Maria Lúcia Mello e Oliveira Cacciola. São Paulo, Martins Fontes, 1995.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2005 Jarlee Oliveira Silva Salviano
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.