A perfectibilidade segundo Rousseau
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i34p132-142Palavras-chave:
Rousseau, Perfectibilidade, Humanidade, AnimalidadeResumo
O homem do puro estado de natureza começa sua existência “por funções puramente animais”. De fato, o esforço de Rousseau na primeira parte do Discurso sobre a desigualdade consiste em quase “animalizar” o ser humano, tornando-o incapaz de realizar certos tipos de operações que o homem social ou socializado (dotado de um aparelho mental já desenvolvido) pode efetuar. No entanto, apesar de animalizado, o homem conserva sua dignidade própria e sua natureza exclusiva. O autor jamais reduz o comportamento humano ao animal. O objetivo do presente artigo é investigar o caráter desta natureza exclusiva e mostrar que, ao contrário do que sustentam alguns intérpretes, a perfectibilidade (signo de distinção humano) já atua no puro estado de natureza. Nesse sentido, não podemos encará-la como uma simples virtualidade nem como uma faculdade em potência.
Downloads
Referências
AROLES, Serge. L’Enigme des enfants-loups. Paris: Publibook, 2007.
BEYSSADE, Jean-Marie. “Rousseau et la pensée du développement: Facultés virtuelles et développement”. In: Entre forme et histoire: la formation de la notion de développement à l’âge classique. Présentation par Olivier Bloch, Bernard Balan et Paulette Carrire. Paris: Méridiens-Klincksieck, 1988.
BUFFON. OEuvres. Bibliothèque de la Pléiade. Paris: Gallimard, 2007.
DERRIDA, Jacques. De la Grammatologie. Paris: Éditions de Minuit, 1967.
DUCHEZ, Marie-Elisabeth. “Principe de la Mélodie et Origine des langues: un brouillon inédit de Jean-Jacques Rousseau sur l’origine de la mélodie”. In: Revue de musicologie. Paris, 1974, Tome LX, n.1-2, pp. 33-86.
GOLDSCHMIDT, Victor. Anthropologie et politique: les principes du système de Rousseau. Paris: Librairie philosophique J. Vrin, 1983.
GUICHET, Jean-Luc. Rousseau: l’animal et l’homme: L’animalité dans l’horizon anthropologique des Lumières. Paris: Les Éditions du Cerf, 2006.
LA METTRIE, Julien Offroy de. L’homme-Machine. Paris: Éditions Denoël/Gonthier, 1981.
MALSON, Lucien. Les enfants sauvages: Mythe et réalité; suivi de Mémoire et rapport sur Victor de l’Aveyron par Jean Itard. Paris: Éditions 10/18, 1964.
MASTERS, Roger. The Political Philosophy of Rousseau. Princeton: Princeton University Press, 1968.
MONTAIGNE. Essais. Tome I. Paris: GF Flammarion, 1969.
RADICA, Gabrielle. L’histoire de la raison: anthropologie, morale et politique chez Rousseau. Paris: H. Champion, 2008.
ROBERT, Thomas. “Rousseau et les Pongos”. Revue de primatologie [En ligne], 4, 2012, document 3, mis en ligne le 15 décembre 2012, Consulté le 25 novembre 2015. URL: http://primatologie.revues.org/1009.
ROUSSEAU. Du Principe de la mélodie. In: Wokler, Robert. Rousseau on society, politics, music and language [Texte imprimé]: an historical interpretation of his early writings. New York: Garland, 1987, pp. 436-482.
ROUSSEAU. OEuvres Complètes de Jean-Jacques Rousseau. Ed. Bernard Gagnebin e Marcel Raymond. Paris: Gallimard, 1959-1995. 5 volumes. (Col. Bibliothèque de la Pléiade).
STAROBINSKI, Jean. Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo, seguido de sete ensaios sobre Rousseau. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
STRIVAY, Lucienne. Enfants sauvages: approches anthropologiques. Paris: Éditions Gallimard, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Mauro Dela Bandera Arco Júnior
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.