Marcuse e a verdade do hegelianismo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i27p145-160Palavras-chave:
Marcuse, Hegel, Temporalidade histórica, Suspensão, RacionalidadeResumo
O objetivo deste artigo é indicar alguns rumos tomados por Marcuse em O homem unidimensional, na medida em que o tema da verdade do hegelianismo permite esclarecer questões concernentes à temporalidade e à historicidade. Fóbica, saturada de tensões, marcada por irresoluções, a temporalidade que jaz na sociedade industrial não deixa de preparar o momento decisivo para uma efetiva desalienação da consciência, sobretudo quando Marcuse interroga o nexo entre o solo historicamente povoado de materiais estéticos e o campo da emancipação política. Trata-se de oferecer um delineamento dessas passagens: de um lado, em contraposição ao necrológio escrito por Gerard Lebrun em 1979; de outro, através do problema da suspensão do terrorismo de Estado, tal como ele se formula nas sentenças e nos aforismos que Hegel elabora em vésperas de redigir a Fenomenologia do espírito. Visto que tal exigência de suspensão é indissociável de uma forma ampliada de racionalidade, visto que ela é solidária da utopia de uma sociedade concreta, a cidade ética de Hegel estaria situada no limiar de uma superação política do medo da morte.
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