Kierkegaard e a busca por uma barreira no seio do Maelström da modernidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i27p34-52Palavras-chave:
Ironia, Crítica, Crise, Niilismo, ModernidadeResumo
Trata-se neste artigo de argumentar que na obra O conceito de ironia, seu autor, Kierkegaard (1813-1855), não obstante o fato de concebê-la como uma pesquisa acerca da figura de linguagem denominada ironia, se enreda em sérias e profundas contradições conceituais ao abordar indistintamente tal figura enquanto 1) subjetividade (socrática), 2) crítica (iluminista), 3) ironia romântica e, 4) o que ele próprio denomina de “ironia dominada”. Assim, servindo-me, como plataforma hermenêutica, da obra Crítica e Crise do historiador R. Koselleck, busco desenredar tais contradições de forma a demonstrar que por detrás dessa indistinção conceitual a obra O conceito de ironia tem, para além da questão mais superficial da ironia (enquanto figura de linguagem), como fio condutor mais profundo a questão do niilismo.
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