Trata o presente trabalho de um espongiário encontrado no rio Ribeira de Iguape, tanto na lagôa denominada de "Pastinho" como de outra, sem nome certo, situada a montante, próximo à embocadura do rio Jacupiranga. Na localidade mais exposta à corrente e rica em substâncias alimentícias (Mapa I-b) houve colónias massiças, assaz volumosas; nas águas menos ricas em matéria orgânica (Mapa I-a) e, ao mesmo tempo, mais calmas, as colónias cresceram, em geral, digitiformemente. Ambas as regiões sofrem diariamente a influência das marés, que se faz sentir até pouco acima da barra do citado rio. A espécie deve, pois, ser considerada como de água doce e salôbra. Doas achados mensalmente realizados de janeiro (1941) a outubro, as gêmulas apareceram somente no período de junho a agosto. E. crateriformis não foi até agora verificada na América do sul, sendo as duas localidades mais próximas, a península de Yucatan e a zona fronteiriça entre o México e a Calofórnia. Confrontando as espículas das gêmulas do material atual com as da forma típica de Ephydatia crateriformis (Potts), verifiquei entroncamento ou robutez não presente na forma típica. A conselho do Prof. Dr. Walter Arndt (Berlin), considerei o dito carater como sinal distintivo duma nova forma, E. crateriformis forma arndti, denominada em homenagem àquele pesquizador.