Anatomia funcional de Gari solida (Gray, 1828) (Bivalvia: Psammobiidae) do litoral de Dichato, Chile

Autores

  • Omar Domaneschi Departamento de Zoologia. Instituto de Biociências. Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-3358.bolzoo.1991.122701

Palavras-chave:

Gari solida, Anatomia funcional, Chile

Resumo

Gari solida (Cray, 1828) ocorre em quase toda extensão da Província Malacológica Peruana, onde vive enterrada na areia ou cascalho da zona infralitorânea. A abundância de indivíduos em certas áreas de distribuição da
espécie permite sua exploração econômica como alimento, o que justifica a necessidade de estudos sobre a sua biologia e de esforços no sentido de se evitar sua dizimação. Como contribuição ao conhecimento de G. solida, o autor descreve em detalhes a concha, manto, sifões, pé e respectiva musculatura, órgãos da cavidade do manto e trato digestivo. Especial atenção é dada ao funcionamento dos órgãos da cavidade do manto e ao conteúdo estomacal. Os sifões são típicos dos Tellinacea, sendo relativamente curtos mas amplos e guarnecidos por tentáculos simples. Os ctenídios, do tipo C(2) de Atkins (1937), são intensamente pregueados, heterorrábdicos, com a crista das pregas posteriores praticamente duplicadas em forma de "Y" e cada uma das demibrânquias possuindo um sulco marginal evidente. Os palpos são muito pequenos, comparados ao tamanho dos ctenídios e a relação entre ambos pertence à categoria III de Stasek (1963). Falta a prega adicional do manto que forma o canal de rejeição de pseudofezes. 0 saco do estilete e o intestino são unidos, a parte livre deste último sendo muito longa e enovelada. 0 estômago, tipo V de Purchon (1960), apresentou-se praticamente preenchido por uma massa viscosa, englobando muito material amorfo, marrom-esverdeado e partículas pouco densas, ambos preponderando sobre o material tipicamente de fundo. A comparação da anatomia funcional de G. solida com a de outros Psammobiidae conhecidos, permitiu a constatação das adaptações da espécie para viver em ambientes de águas calmas, com pequenos distúrbios do sedimento, e alimentar-se predominantemente do material em suspensão.

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Publicado

1991-11-08

Edição

Seção

Artigos