CONTRIBUIÇÃO DO PLANEJAMENTO SÓCIO- ECONÔMICO E DO DESENVOLVIMENTO E ORGANIZAÇÃO DA COMUNIDADE PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO BAIXO NÍVEL SANITÁRIO

Resumo

A saúde pública deve partir da comunidade e não ser organizada para a comunidade. Apesar de o Estado de São Paulo estar, econômicamente, em alguns aspectos da fase de "transição", de Rostow, apresenta mais características da fase de "arranco", com uma industrialização sempre crescente, acompanhada de rápida urbanização. A população rural do Estado era, em 1940, 55,9% do total; 20 anos após, em 1960, constituía apenas 37,2%. Do ponto de vista da saúde pública, o Estado de São Paulo apresenta índices que o situam entre as regiões de baixo nível sanitário, de acôrdo com os seguintes indicadores: ( 1) percentual de óbitos mal ou não definidos ao redor de 30%; (2) vida média ao nascer, em anos, no período de 1940-1950, de 47,2 para o sexo masculino e 51,2 para o feminino; (3) 29,6% das cidades não possuíam, em 1960, rêde de abastecimento de água e 67,5%, na mesma época, não dispunham de rêde pública de esgotos; na própria Capital do Estado, com seus quase 4.000.000 de habitantes, em 31-12-1960, 30% da população não era servida por rêde de água e 58% não contava com rêde de esgotos; ( 4) a mortalidade infantil, em 1959, foi de 82,3% no Estado; (5) dados de 1960 mostram que em 69,5% dos municípios encontraram-se triatomídeos transmissores da doença de Chagas, sendo que em 24% dos municípios êsses vetores estavam naturalmente infectados. O processo de melhoria do nível sanitário do Estado de São Paulo pode ser acelerado através do planejamento sócio-econômico e do desenvolvimento das comunidades, cujos problemas de saúde representam um dos muitos que devem ser resolvidos.