ATIVIDADES DE SAÚDE PÚBLICA NA ZONA RURAL COM ESPECIAL REFERÊNCIA AO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

Autores

  • Oswaldo Paulo Forratini
  • Paulo Carvalho Pinto

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v11i1p35-70

Resumo

Os autores iniciam o presente trabalho, conceituando a zona rural. Após evidenciar a impossibilidade da existência de uma definição rígida, adotam aquela que inclui as comunidades com um número de habitantes inferior a 2.000 e as localidades que, embora com populações maiores, apresentam problemas sanitários semelhantes aos da zona rural. Em seguida, tecem algumas considerações sôbre as atividades de saúde pública para a zona rural, distinguindo principalmente: saneamento, assistência médica, assistência materna e infantil, contrôle de moléstias transmissíveis, mas considerando básico, antes de tudo, um programa integral para assistir às necessidades da população. Ressaltam ser indispensável o conhecimento da cultura da população que vai ser assistida, adotando, assim, métodos educativos adequados para melhor participação dessa população nos programas a serem desenvolvidos. Passando em revista a organização dos Serviços destinados a execução dessas atividades distinguem duas modalidades: unidades móveis e unidades fixas. Descrevem êsses dois tipos de organização, citando vários exemplos da América Latina e do Brasil. Estudam a seguir a situação do Estado de São Paulo, analisando os planos e serviços destinados a prestar assistência à população rural : 1. Serviço Especial de Saúde de Araraquara. 2. Serviço Agro-médico-sanitário rural (Santa Rita). 3. Plano de Itapetininga. 4. Plano de Serviço Agro-médico-social. Os autores tecem comentários sôbre êsses serviços, apontando os inconvenientes da utilização das unidades móveis e especializadas, e as vantagens do uso de unidades fixas devidamente equipadas em pessoal e material de modo a atingir tôda a população sob sua jurisdição. Baseados em tais considerações, os autores apresentam as seguintes condusões: 1. É recomendável, scb todos os pontos de vista que a execução do programa de saúde rural esteja a cargo de uma unidade polivalente regional devidamente aparelhada, agindo através de pequenas unidades, fixas nos locais de maior condensação populacional. 2. A unidade fixa na comunidade rural deverá estar a cargo de um ou mais elementos da equipe sanitária. O essencial é que sejam residentes no local onde se encarregarão da execução das atividades, sob a supervisão de técnicos da Unidade Sanitária da área. 3. O elemento fixo na localidade deve ser de preferência uma enfermeira de saúde pública que no desempenho de sua tarefa deverá manter íntimo contato com a população local. O inspetor sanitário constitui outro elemento de valor na execução do programa de saneamento. Ambos poderão ser ajudados por pessoal auxiliar devidamente treinado e preferentemente natural do lugar. 4. Os especialistas do Centro de Saúde atenderão periodicamente a população nas sub-unidades rurais, mas em caso de necessidade a população rural poderá, sempre, recorrer aos serviços da unidade central. 5. Atentando para a particular situação do Estado de São Paulo, ao invés da criação de serviços especializados para atender à população rural, será mais recomendável o reequipamento da vasta rêde de Centros de Saúde e PAMS já existentes, no sentido de possibilitar a estas unidades a execução de seu verdadeiro papel de órgão polivalente de saúde pública; simultâneamente deverá ser desenvolvido um programa de formação de profissionais sanitaristas e do indispensável pessoal auxiliar para o bom desenvolvimento da assistência médico-sanitária no meio rural. 6. O programa de saúde pública sendo um dos aspectos do bem-estar rural, deverá despertar nos sanitaristas, de tôdas as categorias e graus, o espírito de cooperação e de trabalho em equipe entre todos que labutam pela promoção do bem-estar da população rural. 7. O verdadeiro objetivo do programa de assistência sanitária é despertar a consciência da populâção rural a favor do seu próprio melhoramento, assim, sendo, deve a equipe sanitária ensiná-la a "auxiliar a si mesmo" para elevar o seu padrão de vida e conseqüentemente obter um melhor estado de saúde.

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Publicado

1957-06-01

Edição

Seção

Não Definida

Como Citar

Forratini, O. P., & Pinto, P. C. (1957). ATIVIDADES DE SAÚDE PÚBLICA NA ZONA RURAL COM ESPECIAL REFERÊNCIA AO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL. Arquivos Da Faculdade De Higiene E Saúde Pública Da Universidade De São Paulo, 11(1), 35-70. https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v11i1p35-70